Em entrevista ao programa Direto ao Ponto, da Arauto News 89,9 FM, advogado e assistente de acusação atualizou o andamento do processo judicial
Uma ferida que nunca vai cicatrizar. Foi assim que o advogado Paulo César da Silva descreveu a dor da família da mãe e do filho que foram mortos em 22 de setembro na região central de Santa Cruz do Sul. Em entrevista ao programa Direto ao Ponto, da Arauto News 89,9 FM, o ex-policial militar, que hoje atua como advogado e assistente de acusação em um dos casos que mais chocou a comunidade regional no ano passado, atualizou o andamento do processo judicial e relatou o impacto emocional que o crime causou nos familiares.
Cristian Alan dos Santos Carvalho, de 17 anos, e Maria Cristina dos Santos, de 54, foram mortos a tiros no cruzamento das ruas Marechal Floriano e Tiradentes, na área central de Santa Cruz, próximo do Monumento ao Imigrante, no final da madrugada. Além do duplo homicídio, outras pessoas ficaram feridas e, para o advogado, se tratam de tentativas de homicídio. O crime gerou comoção regional e ampla circulação de vídeos nas redes sociais que, segundo Paulo César da Silva, reforçam a identificação dos suspeitos.
O Ministério Público já apresentou a denúncia e a primeira audiência foi realizada. Caso o processo avance da maneira que o advogado acredita que deve ocorrer, os responsáveis pelas mortes serão levados a júri popular. A Constituição Federal estabelece que os crimes dolosos, que são feitos com intenção, contra a vida, tentados ou consumados, são julgados por sete pessoas da comunidade e, a partir das decisões tomadas por esse grupo e pelos critérios legais previstos no ordenamento jurídico, o juiz responsável determina a pena.
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O advogado destacou que sua atuação vai além do técnico-jurídico, assumindo também um papel de apoio emocional. “É difícil tocar no assunto. A dor está sempre presente, especialmente porque a família foi profundamente afetada. É uma ferida que nunca vai cicatrizar para a família. Os filhos tentam seguir com suas vidas, trabalhando e cuidando de uma irmã com deficiência, que antes era assistida pela mãe. É quase como ser um psicólogo para a família, de explicar os passos do processo e oferecer suporte. Mesmo com a experiência como ex-policial, lidar com essa dor é sempre desafiador”, relatou.
Segundo Paulo César, a motivação do crime permanece uma incógnita. “Esperamos que, ao longo do processo, os autos tragam mais clareza sobre isso, se é que existe uma motivação específica. Por enquanto, seguimos lidando com as evidências disponíveis”, falou. O advogado também reforçou a robustez das provas. “Acredito que a comunidade teve acesso a materiais como os vídeos que apontam a autoria convicta do crime. Esses elementos são importantes para a responsabilização dos envolvidos”, destacou emissora de notícias do Grupo Arauto.
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