CIDADANIA

Com incentivo e interesse, Língua de Sinais promove a inclusão

Publicado em: 23 de setembro de 2024 às 16:54
  • Por
    Portal Arauto
  • CÍNTIA E CLÁUDIA ESTIVERAM NA ARAUTO NEWS | EDUARDO WACHHOLZ
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    Para falar sobre o Dia Internacional celebrado nesta segunda-feira, Arauto News conversou com duas mulheres que utilizam diariamente a língua

    Muitos podem não saber, mas nesta segunda-feira (23) é comemorado o Dia Internacional das Línguas de Sinais, que foi instituída em 2017, quando a Federação Mundial dos Surdos solicitou para Assembleia Geral da ONU que essa língua fosse reconhecida no mundo inteiro. Antigamente se falava em linguagem, mas é uma língua, destacou Cíntia Melissa Adam, intérprete de libras e que faz sucesso ao traduzir músicas nas redes sociais, juntamente com Cláudia Barroso, que nasceu surda e utiliza a língua no cotidiano. As duas mulheres estiveram no estúdio da Arauto News nesta segunda-feira (23) para falar sobre a importância da língua, seu incentivo que vem de casa e a vontade de aprender.

    Cíntia explicou que no Brasil existe a língua brasileira de sinais e que cada país tem sua língua de sinais. Inclusive, leva em conta os regionalismos, como na língua falada, já que existe tanta variação linguística para quem vive em diferentes regiões, como no Sul e no Nordeste, por exemplo.

    Quando alguém nasce surdo, não é fácil a criança se desenvolver. Por isso, Cíntia e Cláudia destacaram a importância do interesse em conhecer a língua de sinais e do incentivo da família para esse aprendizado, para sua comunicação e sua vida. “Para mim é muito importante, eu entendo melhor, a comunicação fica muito mais clara, me sinto mais confortável”, se expressou Cláudia, interpretada por Cintia. Existem diversos surdos, a Cláudia é oralizada, menciona Cíntia, mas nem todos são iguais. Existem os que não sabem libras, os que sabem o básico e os que sabem profundamente e que também oralizam.

    O diferencial é o incentivo da família e o interesse em aprender”, resume a intérprete. Mas os desafios existem em toda sociedade. Sobre acessibilidade e inclusão, elas acreditam que é possível melhorar sim, porque muita gente não sabe como se comunicar com os surdos.

    No caso da Claudia, começou a ir na Escola Bartholomay, que é uma escola inclusiva. Começou oralizando e ao aprender as libras, completou o desenvolvimento. Foi com a fonoaudióloga o que aprendeu as palavras com o movimento das cordas vocais. Aos pouquinhos foi progredindo. Cíntia explica que para ensinar a reconhecer objetos, mostra muitas gravuras, palavras simples e ao progredir vai avançando o nível. Ela começa do básico, do alfabeto, unindo a brincadeira com o aprendizado.

    E por falar em brincadeira, foi na tentativa de memorizar rápido a língua que Cíntia se utilizou da música para trabalhar libras. Foi treinando de forma despretensiosa, com suas expressões, e ganhou força nas redes sociais. A intérprete começou a criar no Tik Tok e sensibilizou a comunidade surda, que se identificou com as mensagens das músicas, diversão, sentimentos. “A música para mim é vida”, resumiu, ao compartilhar essa energia das canções para aqueles que não podem ouvir, mas podem sentir.

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