Em alusão ao Dia do Músico, Patrícia Schuster relembra o contato que teve com o artista antes e no dia do falecimento, em Santa Cruz do Sul
Nesta sexta-feira (22) é comemorado o Dia do Músico e são muitos os artistas a enaltecer, entre amadores e profissionais, que se dedicam a essa arte. Alguns, por situações inusitadas da vida, deixaram marcas na história regional. Antônio Carlos Gomes Belchior Fontenelle Fernandes é um deles. Belchior morreu em Santa Cruz do Sul em 30 de abril de 2017 e o mais curioso é que poucas eram as pessoas que sabiam que ele vivia na Terra da Oktoberfest. Uma delas é a jornalista Patrícia Schuster, coordenadora do curso de Comunicação e Criatividade da Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc). Só que naquele momento, nem mesmo ela dimensionava a grandeza desse ídolo nacional.
“Foi uma das situações das mais inusitadas da minha vida e mais transformadoras”, contou Patrícia em entrevista ao programa Direto ao Ponto, da Arauto News. A jornalista teve contato duas vezes com Belchior: uma em vida e outra no dia do falecimento. A primeira, rapidamente, na casa de uma amiga que o recebeu em sua casa, em Santa Cruz, explicou ela, “e infelizmente, no dia da morte dele, em 30 de abril”. Coube a Patrícia conversar com os meios de comunicação do Brasil e do mundo todo, enquanto que a amiga resolvia as questões burocráticas e legais para o translado a Fortaleza, onde Belchior seria enterrado.
“Amar e mudar as coisas me interessa mais”
“Foi ali que acabei descobrindo quem era esse grande nome da música popular brasileira e inclusive tatuei um verso de uma canção dele no braço, porque confesso minha ignorância ao tamanho desse grande músico. E me apaixonei desesperadamente pela discografia dele, que era sensacional”, exalta Patrícia, referindo-se a Belchior como um gênio, um patrimônio da MPB. O verso “Amar e mudar as coisas me interessa mais” está eternizado na pele de Patrícia.
Na visão da jornalista, o Brasil tem muito a comemorar quando fala em Dia do Músico. “Ter uma figura em seu rol de músicos como Belchior é muita coisa. O cara era um gênio, um dos maiores letristas da música brasileira e quiçá mundial, interpretado nada mais, nada menos do que Elis Regina, por exemplo, que interpretou Como nossos pais, escrita por ele, e tantas outras letras que são atemporais”, exemplificou.
Ainda é cercado de muito mistério o último período da vida de Belchior em Santa Cruz e sua escolha pela cidade, mas Patrícia frisa que ele se sentia bem acolhido no município, se mantinha com sua identidade preservada pelas pessoas que o haviam recebido.
E sem constrangimentos, destaca que teve noção do tamanho dele no momento da sua morte. E ao mergulhar em sua grandeza, revela que existe a ideia de concretizar um trabalho audiovisual para abordar o espaço temporal dele em Santa Cruz, nas casas onde esteve abrigado, as curiosidades sobre sua passagem. É uma demanda, no entanto, que envolve certo volume de recursos, direitos autorais para inserir músicas, mas ainda que o projeto esteja estacionado, a intenção é ir em busca de editais para ser retomado. E mais uma vez, Belchior eternizado.