Crianças e gafes

Crianças são especiais e uma de suas características mais evidentes é a sinceridade. Sim, elas são por demais espontâneas e isso pode causar situações adversas em alguns momentos. Cada família poderia escrever um livro de memórias com as gafes cometidas pelos pequenos, por vezes engraçadas, em outras constrangedoras.

Uma situação que deve ser comum a muitos é a tradicional: “minha filha não come nada, nunca tem fome”. Aí, o convite para jantar na casa de amigos, ou em um lugar público, é a primeira a limpar o prato e ainda pedir repetição. E a gente fica como?

Lembro de um dia em especial em que fomos a Porto Alegre assistir a um jogo do Internacional no glorioso Beira-Rio. Não sei a que ponto chegava o entendimento da pequena – na época devia ter por volta de 4 anos – acerca da disputa Gre-Nal. Em nossa casa, pai é colorado, mãe é gremista. Um casal de padrinhos gremista, outro do Inter. E ela ali no meio, entre um e outro, com camiseta de ambos. Chegando na loja do Inter, lotada de clientes, ela dispara em alto e bom som: “é aqui o Grêmio, mãe?”.

Em outra oportunidade, esperávamos na fila para retirar um frango assado. Na nossa frente, um moço desprovido de cabelo e com uma camiseta em que constava seu nome, na parte debaixo. Então, duas situações em uma só: “olha mãe, ele é bem careca”. Não bastava ser careca, tinha que ser bem. Sorte a nossa que ele tinha senso de humor. Em seguida, a menina coloca a mão na letrinha do nome dela na camiseta alheia, mais ou menos na altura do bumbum do titio. Bem embaraçoso.

Uma amiga, mãe também, compartilhou que uma das gafes memoráveis da sua filha foi quando o bisavó dela faleceu e então os pais explicaram que ele havia virado estrelinha. Ela queria saber porque e aí disseram que ele estava velhinho. Momento da vergonha: chegando no supermercado sai um vovozinho, cabelinho bem branco, a pequena olha para mãe e diz: “mãe, olha ali um vovozinho bem velhinho, ele vai virar estrelinha né?”. Foi difícil desconversar e explicar que não é só com pessoas mais velhas que acontece. Sorte que o vovô levou super na brincadeira e deu risada também.

Isso sem mencionar quando a gente pede para não contar e as crianças fazem o quê? Contam! Outra amiga disse que queria dar um banho no cachorrinho no chuveiro, porque era um dia frio e úmido. Mas orientou a filha: não fala nada pro teu pai que ele não gosta. E vocês podem imaginar a primeira coisa que ela contou ao pai quando ele chegou em casa, né? Rendeu boas risadas.

Crianças sempre rende!