Expedição 21 proporciona uma simulação de como é morar sozinho e ter uma vida independente
A santa-cruzense Vívian Helena Jappe Lucas representou o município em um evento nacional que promove a autonomia para pessoas com síndrome de Down. O Expedição 21 proporciona uma simulação de como é morar sozinho e ter uma vida independente, onde os participantes passam quatro dias morando em uma casa sem a presença dos pais.
Durante a experiência, os adultos com trissomia 21 enfrentaram diversos desafios e atividades com o objetivo de desenvolver habilidades como liderança, trabalho em equipe, empoderamento e autoestima. Eles também aprenderam a lidar com assuntos da vida adulta, como direitos, deveres e a tomada de decisões, preparando-os melhor para o futuro.
“Foi muito maneira a Expedição. Tinham muitas atividades, tanto de noite quanto de dia. Nos divertimos muito e aprendemos coisas novas, fiz novas amizades e novas experiências. Ter autonomia para organizar uma casa, ir no mercado, cozinhar, lavar a louça, ter seus próprios cuidados com higiene pessoal, organizar o café, organizar as roupas, treinamento de como se localizar em um lugar e ter cuidado nas ruas, com carros”, detalha Vívian.
A jovem revelou que a experiência ajudou ainda no seu sonho de morar sozinha no futuro. “Quero morar sozinha. Para isso, vou ir fazendo o que aprendi para poder realizar este sonho daqui um tempo”, ressalta.
Evitar a “superproteção”
Para a mãe da jovem, Liane Jappe, com o projeto foi possível desconstruir a visão que há sobre as pessoas com síndrome de Down e perceber as inúmeras capacidades que os jovens possuem. “Nós, pais, acabamos não deixando eles se desenvolverem pela nossa superproteção. Foi uma experiência incrível, onde tivemos a oportunidade de conhecer pais de todo o Brasil, cada um com a sua história, mas percebemos que no final todos tinham histórias e anseios semelhantes”, conta.
“Através de profissionais incríveis, puderam nos mostrar como fazer diferente e melhor para que nossos filhos tenham mais autonomia e sejam felizes e plenos na sociedade. Devemos lutar para que cada vez mais iniciativas como essa sejam incentivadas, para que nossos jovens com deficiência sejam protagonistas de suas próprias vidas”, afirma.
Ao deixar a filha no evento, Liane ficou com o coração apertado, mas tranquila em saber que a experiência resultaria na felicidade e desenvolvimento de Vívian. “Eu sabia que estava deixando a Vívian em uma casa com mais jovens que se tornariam amigos e com todo o apoio de profissionais capacitados para trazer a melhor vivência a todos eles”, diz.
Liane destaca a importância dos pais lutarem pelos direitos de seus filhos. “Quero deixar um recado para todos os pais: que não deixem de lutar pelos seus filhos com deficiência, pois eles têm o direito de realizarem seus sonhos, se desenvolverem e estarem inclusos na sociedade, tendo suas próprias vidas e serem plenamente felizes”, aponta.
Instituto Cromossomo 21
A Expedição 21 é uma iniciativa do Instituto Cromossomo 21, criada pelo Educador Social e fundador do Instituto Cromossomo 21, Alex Duarte. Com a missão de realizar a inclusão na prática, o Instituto atua há mais de uma década em atividades e projetos de impacto social em prol do desenvolvimento das capacidades e da defesa de pessoas com síndrome de Down e outras deficiências. As práticas acontecem através das seguintes experiências: palestras, cursos e oficinas, produções audiovisuais, ações de pesquisa e extensão comunitária. Também atua na sinergia com o meio acadêmico formando uma aliança para a promoção do saber, oferecendo conhecimento sobre a força da inclusão para a mudança na sociedade.
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