Os desafios da dupla: construir e ser efetivo, no lado colorado. Vencer e sofrer menos defensivamente, no lado gremista
Apáticos sinais. O Grêmio chegou aos 16 jogos no Campeonato Brasileiro, ainda na zona de rebaixamento. Pior ataque até aqui, uma das defesas mais vazadas. Um desempenho muito ruim, um time que não se repete e individualidades que não funcionam. Mas desde a última semana, há sinais de uma retomada e de um crescimento na fuga do rebaixamento. Sinais ainda muito tímidos, é verdade. Mas no último jogo, por exemplo, era preciso vencer, independente do rendimento e da qualidade do jogo. Para vencer, seria fundamental uma entrega maior do grupo de jogadores e uma espécie de reencontro de time e torcida. E isso parece ter ocorrido. Não foi lá um grande jogo, mas para ganhar do Vitória o Grêmio não sofreu, teve o controle do jogo, teve a bola e até criou. Bem verdade que a tensão do momento e um time pressionado são ambiente para erros e precipitações. Mas o importante foi ter paciência e construir o resultado.
Reforços. Outro indicativo que dá esperança ao torcedor, é a chegada de reforços. O meia Monsalve e os atacantes Aravena e Arezzo foram contratados, anunciados, já apareceram no BID e pelo menos o centroavante Arezzo estreou. E nos pouco mais de 30 minutos em que esteve em campo, deixou boa impressão. É centroavante, de profissão, sem dúvida alguma. Venceu disputas no chão e pelo alto, prendeu a bola e sofreu o pênalti que Reinaldo bateu para selar o placar. Não dá para se empolgar, mas dá pra ter boa expectativa.
Arena de volta. Para fechar os bons indícios, está o anúncio da volta da Arena. Segundo comunicado, a partir de 1º de setembro o Grêmio terá outra vez a sua casa em condições mínimas, para poder mandar seus jogos. E este prazo poderá ser antecipado para a metade de agosto, a depender da evolução do gramado recém plantado. Notícia tão importante quanto a chegada dos reforços.
Juntos mesmo? A propósito, gerou incômodo a negativa do Internacional de negar o empréstimo do Beira-Rio ao Grêmio para a realização de dois jogos, contra Vasco e Fluminense. A justificativa, centrada nas condições do campo, não convenceu. Os rumores são de pressões internas que, em função da rivalidade não admitiriam o Grêmio jogando na casa colorada. A recusa não pegou bem, inclusive entre colorados.
Derrota na estreia. O Inter contratou Roger Machado para comandar o time no restante da temporada. Ele deu um treino e já foi para a beira do campo no jogo contra o Botafogo, no domingo, início da noite. É óbvio que o time não teve o seu jeito de jogar. E é óbvio que ele ainda sofreu dos mesmos males da era Coudet. Um time ainda bastante desencontrado, com dificuldade em muitas individualidades e muito desfalcado. E que teve imensos problemas de criação, além de um ataque que marca poucos gols. Este é o grande desafio do novo técnico colorado: basicamente com os mesmos jogadores, terá de encontrar uma forma de jogar e um desempenho bastante melhor. E, quem sabe com a melhora coletiva, encontrar uma melhora de jogadores importantes, que estão muito abaixo do que a expectativa que se tem sobre eles. Thiago Maia, Bruno Henrique, Alan Patrick, Valencia, Borré, Alário e Wanderson, por exemplo.
Mudanças. Na entrevista coletiva depois do jogo contra o Botafogo, ficou claro que para este primeiro compromisso e com pouco treino, a ideia foi proteger a defesa e sofrer pouco. E que era previsível a dificuldade de construção. O problema é que sem o Alan Patrick ou mesmo com ele rendendo pouco, como tem acontecido, o Inter tem se notabilizado como um time previsível. E, quando cria, perde muitas chances. A defesa não é problema. A construção do jogo e a efetividade ofensiva são os grandes desafios do técnico do Inter.
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