Apagroh é formada por famílias das localidades de Arroio Grande, Olavo Bilac e Harmonia, no interior de Venâncio Aires
Atualmente muito se fala em tecnologia e inovação no campo para modernizar o produtor rural e ser uma forma da permanência dos jovens na agricultura. Para isso, precisam existir alternativas e meios para que isso aconteça e, sabemos que os maquinários e implementos agrícolas possuem um custo elevado para uma família do interior sustentar sozinha. Pensando nisso, três comunidades do interior de Venâncio Aires: Linha Arroio Grande, Olavo Bilac e Harmonia da Costa, fundaram em 9 de julho de 2009 a Apagroh, com produtores destes três locais que se interessaram no projeto.
Conforme Lauri José Schwendler, primeiro presidente da Apagroh na época, já existiam pequenos grupos de produtores que compravam algumas máquinas em conjunto, mas ele destacou que existiam emendas parlamentares destinadas para estes fins, e que, muitas vezes, não eram usadas, pois estes grupos não eram legalizados para receber os valores, foi quando eles se juntaram e realizaram uma reunião para criar a Associação dos Produtores de Arroio Grande, Olavo Bilac e Harmonia (Apagroh), de forma legalizada e com CNPJ, para estarem aptos a receber os recursos parlamentares. “Hoje temos 22 ferramentas e todas foram adquiridas com recursos de emendas”, destacou.
Lauri destacou que a Apagroh foi uma das associações pioneiras nestes moldes na região e contou a ajuda da Emater e outros entidades para ganhar vida. “Conversamos com as comunidades e frisamos a ideia que a associação seria para adquirir máquinas para uso coletivo”, lembrou.
A Apagroh iniciou com cinco ferramentas: um kit para fazer feno, uma ensiladeira e uma roçadeira. “Foi a primeira verba que veio e compramos estes itens”, pontuou Lauri. A associação iniciou com 21 famílias e atualmente conta com 39. “Neste períodos alguns foram saindo e outros entrando, pois muitos não acreditavam que o projeto daria certo”, elencou. Atualmente a associação conta com 22 ferramentas, dois de cada: esterqueira, carretão, roçadeira, ensiladeira, espalhador de calcário, plantadeiras, grade, batedor, pé de rato, pulverizador e Kit feno.
As 22 ferramentas ficam na propriedade do sócio Daniel Kessler, por ele morar em um ponto centralizado entre as três comunidades, o que facilita para os produtores que usam as máquinas. “Todos nós temos a mesma responsabilidade. Cada sócio deve cuidar das máquinas e, apesar da sede ser nas minhas terras, eu tenho confiança neles que circulam aqui, pois todos somos donos”, destacou Daniel.
Conforme o atual presidente, Marcelo Müller, todas as ferramenta são controladas por um aparelho celular e o produtor que deseja fazer uso de algum deles deve fazer um reserva para poder usar o equipamento. “Ele pode trabalhar dois dias com a máquina e, se precisar prorrogar, verificamos se não tem outra pessoa esperando para usar a máquina, se estiver livre, ele pode usar por mais um dia”, explicou Marcelo.
O presidente elencou que os produtores realizaram cursos profissionalizantes. “Por exemplo, a retroescavadeira e o caminhão só podem usar quem tem habilitação e quem não tem, uma pessoa habilitada se desloca para fazer o serviço e recebe uma valor por isso”.
A Apagroh não visa o lucro, como contou o Marcelo, pois todos as ferramentas são compradas através de emendas. “Todo mês realizamos uma reunião para acerto de contas e quem não estiver em dia recebe uma suspensão até quitar os valores devidos, para ser justo com todos”.
A associação também foi fundamental para a diversificação rural nas propriedades. Hoje são produzidos milho, soja, leite, suínos, peixes, trigo, aves, aipim, mel, ovos fertilizados e outros, que foram possíveis com a chegada dos equipamentos da Apagroh. As mulheres, que integram a Apagroh, também realizaram cursos profissionalizantes na área da gastronomia.
Para novos sócios
Para ser sócio da Apagroh, há pré-requisitos que a pessoa precisa ter como, ser produtor rural e residir dentro dos limites da associação. “Temos um valor que precisa ser pago por quem entra. Também realizamos uma reunião para avaliar se aceitamos ou não este novo membro, pois pensamos muito na sucessão rural, então o jovem, filho do associado no caso, que deseja fazer parte pode pagar uma anuidade para usufruir das ferramentas. Já quem não é associado ai precisa ser sócio primeiro. Isso é um incentivo pro jovem permanecer no campo e ver que tem feramentas e alternativas para ele permanecer no campo”, elencou o presidente Marcelo.
Diretoria da Apagroh 2022/2023
- Presidente: Marcelo Müller
- Vice-presidente: Luciano Walter
- Secretário: Renê Schwendler
- Vice-secretário: João Kapaunn
- Tesoureiro: Angelo Reis
- Vice-tesoureiro: Simão Kessler
Conselho fiscal efetivos
- Leandro Schinguel, Tiago Frey, Hildemar Bogorni.
Suplentes
- Daniel Kessler, Roberto Schwendler, Adriano Bardem
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