Evento acontece de 4 a 21 de junho e vai provocar o diálogo entre arte, cultura, saúde mental e cidadania
Uma iniciativa despretensiosa, que surgiu do trabalho de dois acadêmicos do Curso de Psicologia da Unisc, ganhou corpo e agora vai ultrapassar as paredes do Caps II para ganhar também visibilidade em um dos espaços mais icônicos de Santa Cruz do Sul: a Casa de Artes Regina Simonis. A Exposição Ecos do Inconsciente, que acontece de 4 a 21 de junho, vai provocar o diálogo entre arte, cultura, saúde mental e cidadania e mostrar para a comunidade um universo muitas vezes restrito aos espaços terapêuticos .
Há cerca de um ano, usuários do Caps II, do Residencial Terapêutico e da Rede de Atenção Psicossocial (RAP) participam de uma oficina semanal de artes, em que a proposta é fazer com que o sujeito reconheça sua potência criativa e sua capacidade de narrar a própria história por meio de diferentes expressões artísticas. “O projeto nasceu porque observamos neles o desejo de criação. Havia desenhos espalhados pelas mesas, mas eles não tinham um lugar para produzir e aí propomos a criação do ateliê”, contou o estudante Mário Luiz de Freitas, 23 anos, idealizador do projeto e estagiário do Caps II .
A colega de curso e companheira de estágio Luiza Guimarães, 22 anos, disse que no início os participantes eram mais tímidos, tanto na hora de pegar os materiais para produzir os trabalhos, como na ocupação do espaço. “Hoje eles conversam e trocam ideias entre si e no final da tarde arrumam, guardam tudo, deixam tudo bem organizado, por iniciativa deles. A gente sempre instigou neles a autonomia para que ocupassem um espaço que é deles”, observou.
O ateliê é um espaço de livre expressão artística e a oficina acontece todas as quartas-feiras, das 15h às 18 horas, porém o tempo de permanência dos usuários é sempre definido pelos próprios participantes, que são em número de 10 no total. Atualmente eles pintam telas com tinta acrílica, mas já confeccionaram objetos em cerâmica. Saídas a campo também já fizeram parte do projeto e o Parque da Gruta foi um dos locais escolhidos para um dia de “atelier ao ar livre”.
Para a coordenadora do Caps II, Samanta Rauber Gallas, o projeto que iniciou com a oficina de artes e que agora vai ganhar evidência com a realização de uma exposição aberta ao público, reforça a arte como ferramenta terapêutica no cuidado em saúde mental. “A contribuição das oficinas e da exposição para os usuários reflete sua autonomia, visibilidade e inclusão social, além do sentimento de pertencimento”, disse. Ela afirmou que o projeto terá seguimento com os próximos estagiários que já estão no serviço e também com os futuros, sempre com a supervisão de psicólogos do Caps II e de professores do Curso de Psicologia da Unisc.
Exposição – Durante a mostra na Casa de Artes Regina Simonis, estarão expostos para apreciação da comunidade cerca de 50 telas, objetos em argila, desenhos, além de narrativas produzidas em outra oficina, a de escrita. No primeiro dia, quando acontece a abertura da exposição, será exibido também o documentário E se fosse você?, produzido pelo Programa de Educação pelo Trabalho para a Saúde (PET-Saúde Equidade) e pelo Curso de Comunicação Social da Unisc.
A programação da mostra inclui momentos interativos e atividades formativas, como oficinas destinadas a estudantes das escolas públicas municipais e rodas de conversa com alunos do ensino superior. A proposta é criar espaços de diálogo para que visitantes possam refletir e interagir com os processos criativos, vivenciando a arte como ferramenta terapêutica e social.
Segundo Mário, a exposição Ecos do Inconsciente propõe uma reflexão ampliada sobre saúde mental, entendida como uma dimensão que atravessa a vida de todos e não se restringe aos serviços ou instituições especializadas. “Essa exposição é algo deles, para eles e feito por eles. Prezamos por um lugar de horizontalidade e, portanto, a ideia é que eles estejam no foco, contando a história que querem contar”, ressaltou.
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