ECONOMIA

Café pesa no bolso e deve continuar subindo em 2025; entenda os motivos

Publicado em: 22 de fevereiro de 2025 às 10:00 Atualizado em: 22 de fevereiro de 2025 às 15:55
  • Por
    Redação Grupo Arauto
  • Foto: Marcelo Cassal Jr/Reprodução/Agência Brasil
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    Preço da bebida nas prateleiras do varejo já acumula um aumento de 46%

    O café, item indispensável na rotina dos brasileiros, tem se tornado um dos grandes responsáveis pela alta da inflação de alimentos neste ano. Em 2025, o preço da bebida nas prateleiras do varejo já acumula um aumento de 46%, impactando diretamente o orçamento das famílias. E, segundo os indicadores do mercado, a tendência é que os valores continuem subindo.

    A explicação para essa escalada de preços começa no campo. Problemas climáticos, alta demanda no mercado externo e a desvalorização do real frente ao dólar criaram um cenário de baixa oferta e forte valorização da commodity. Entre dezembro de 2023 e janeiro de 2024, por exemplo, o café registrou alta de 7,07% no Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), levantamento do IBGE que serve como prévia da inflação oficial.

    A produção brasileira foi fortemente impactada pela falta de chuvas no período de desenvolvimento das lavouras. Com isso, muitos cafeicultores tiveram de investir mais em técnicas para manter a produtividade, o que elevou os custos. Além disso, o calor intenso favoreceu o aparecimento de pragas, exigindo um controle mais rigoroso e oneroso para os produtores.

    As exportações também são um fator determinante para a alta dos preços. Apenas em dezembro de 2024, o Brasil exportou 3,8 milhões de sacas de 60 quilos. No acumulado do ano, o volume chegou a um recorde de 50,44 milhões de sacas, segundo o Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé). Essa alta nos embarques está diretamente ligada a quebras de safra em outros grandes produtores mundiais, como Vietnã e Indonésia, que também enfrentaram adversidades climáticas.

    Esse cenário fez com que os preços do café disparassem nas bolsas internacionais. Em Nova York, os contratos futuros da variedade arábica atingiram valores inéditos, dobrando de preço em um ano. Na última cotação, os lotes para março de 2025 fecharam a US$ 3,97 por libra-peso, marcando um novo recorde histórico.