Em Santa Cruz do Sul, a demanda por testes tem ampliado significativamente
Desde março deste ano, Santa Cruz do Sul participa do processo para obter a Certificação de Eliminação da Transmissão Vertical do HIV e o Selo Bronze de Boas Práticas Rumo à Eliminação da Transmissão Vertical da Sífilis Congênita. A transmissão vertical ocorre quando a doença passa da mãe para o filho durante a gestação, no parto ou na fase de amamentação.
Em entrevista ao programa Direto ao Ponto, da Arauto News, a coordenadora do Centro Municipal de Atendimento à Sorologia (Cemas), enfermeira Micila Chielle, expressou preocupação com o aumento dos casos de sífilis, especialmente entre gestantes. “Estamos enfrentando uma epidemia de sífilis. Muitas pessoas acabam se contaminando sem perceber, por isso é fundamental os exames de pré-natal e realizar o acompanhamento adequado”, alertou.
Micila explicou que uma gestante pode contrair sífilis durante a gravidez, destacando a importância de realizar todos os testes solicitados, especialmente os de Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs), em cada um dos três trimestres da gestação. “O ideal é que os testes sejam feitos no início de cada trimestre. Além disso, no momento do parto, a mulher também será testada na maternidade. Outro ponto crucial é o acompanhamento pré-natal do parceiro ou das parcerias da gestante”, acrescentou.
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Ela ressaltou que a contaminação pode ocorrer em qualquer fase da gravidez. “Muitas vezes as pessoas esquecem que as gestantes tendem a ter relações sexuais. Assim, a gestante pode testar negativo nos primeiros trimestres, mas ser deixada com sífilis no terceiro trimestre ou até no momento do parto”, explicou.
A sífilis é uma infecção bacteriana altamente contagiosa, que pode ser transmitida por contato sexual, inclusive por via oral, quando há lesões sifilíticas presentes. As primeiras lesões costumam ser indolores, o que dificulta a percepção da contaminação.
Em Santa Cruz do Sul, a demanda por testes de sífilis tem aumentado significativamente, sendo cinco vezes maior do que há cinco anos. “Mesmo assim, precisamos que mais pessoas busquem o teste. Ele é simples, rápido e não precisa de agendamento prévio”, enfatizou a enfermeira.
Micila também lembrou que a sífilis tem cura e tratamento, ao contrário do HIV, que possui apenas tratamento contínuo.
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