Fernando Uberti aponta que a falta de qualidade, infraestrutura e supervisão compromete a capacitação, tanto na graduação quanto na pós-graduação
A ampla abertura de faculdades de Medicina tem gerado preocupações em relação à formação de médicos competentes. Em entrevista ao programa Direto ao Ponto, da Arauto News, o vice-presidente do Sindicato Médico do Rio Grande do Sul (Simers), Fernando Uberti, aponta que a falta de qualidade, infraestrutura e supervisão compromete a capacitação dos futuros profissionais da saúde, tanto na graduação quanto na pós-graduação.
Conforme Uberti, o sindicato tem atuado de forma ativa e está preocupado com a qualidade do ensino médico. “Nós temos um risco real à população em relação à assistência em saúde”, frisou. Segundo ele, nos últimos anos, houve uma abertura exponencial de faculdades de Medicina, o que resultou em um baixo acompanhamento da qualidade mínima exigida de ensino. “E é isso que estamos percebendo: as faculdades abertas recentemente já estão formando turmas, ou os alunos estão chegando à fase final do curso sem condições básicas para o exercício da medicina”, salientou.
Nos últimos anos, o Rio Grande do Sul dobrou o número de faculdades de Medicina. Durante décadas, o estado contava com 10 instituições nessa área; hoje, são mais de 20. “Obviamente, uma expansão dessas em menos de 10 anos não seria acompanhada por uma infraestrutura física adequada, nem pela quantidade e qualidade necessárias na formação dos docentes para ministrar essas aulas, além da formação dos médicos”, considerou.
Leia também
De acordo com o vice-presidente do Simers, o que se percebe atualmente são as consequências dessa expansão em grande escala. Nesse sentido, o sindicato atuou em diversas frentes para tentar sensibilizar e exigir do Governo Federal uma mudança de rumo na regulamentação das novas instituições de ensino. “Infelizmente, não tivemos sucesso, assim como outras entidades médicas do país. Porém, continuamos a atuar, especialmente na esfera judicial, contestando essas aberturas de cursos. Inclusive, obtivemos uma vitória importante no ano passado, no Supremo Tribunal Federal (STF), quando conseguimos evitar a abertura de 10 mil vagas de medicina por meio de uma ação judicial”, relatou.
Atualmente, o Simers lidera, juntamente com outras entidades médicas, a proposta de implementação de um exame de proficiência para alunos recém-formados. A prova seria realizada em diferentes momentos ao longo do curso, em um formato diferente do exame da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), com o objetivo de avaliar a trajetória formativa dos alunos.
O exame de proficiência para os formandos já se tornou um Projeto de Lei e está tramitando no Congresso Nacional. A expectativa é que seja votado em 2025.
Notícias relacionadas
Trabalhos escolares da rede de ensino de Venâncio são destaques em feiras pelo Estado
Alunos e professores participaram de mostras em Lajeado, Novo Hamburgo e Santa Cruz
Semana do Servidor Público deve mobilizar até mil participantes em Santa Cruz
Programação conta com mais de 30 atividades, entre palestras, oficinas e jogos
Alunos descobrem a educação ambiental na prática no Rincão Gaia
Finalistas do concurso de escolha do Slogan do projeto do Cisvale participaram de passeio na propriedade transformada em reserva ecológica
Mais de 240 animais aguardam por adoção em Santa Cruz
Eles estão recolhidos junto ao Centro de Bem-Estar