Nas estufas é a vez do morango

Utilizado na produção de sucos, sorvetes, bolos, tortas doces e geleias, o morango é uma das frutas queridinhas da população, seja pelo seu sabor ou pela variedade de utilização. E se tem mercado consumidor garantido, tem oportunidade de renda no campo. Ao se aproximar do mês de outubro, a safra ganha destaque e o vermelho do morango que colore as estufas invade os supermercados. O casal vera-cruzense Flávio e Lovani Martin Stumm, de Vila Progresso, interior de Vera Cruz, enxergou esse potencial e decidiu investir em 2010 na cultura dos morangos, que com o passar dos anos tem cativado mais e mais produtores da região.

 Conforme Flávio, a ideia de apostar na produção de morangos ocorreu após um evento na Expoagro, onde a esposa se encantou. “Quando ela viu a produção, logo se interessou e disse que era isso o que queria fazer. No início foi difícil, pois não tínhamos muito conhecimento em relação à produção, mas com o tempo fomos nos aprimorando e adaptando. Começamos com apenas uma estufa, hoje temos oito estufas para plantar as mudas de forma suspensa, em estruturas de madeira, com adubação via gotejamento. É uma opção muito boa de renda, mas é necessário estar envolvido diariamente”, frisa o produtor, que revela ter utilizado 14 variedades da fruta nos primeiros anos, a fim de encontrar as que melhor se adaptassem ao clima da localidade. Atualmente, o casal trabalha com 6.000 mil pés de quatro variedades, que durante a safra de outubro a novembro, têm uma produção de 400 quilos em média por ano, que são comercializados para escolas e por venda direta.

Produção

Conforme o extensionista rural Alberto Pinheiro, da Emater/RS-Ascar de Vera Cruz, no município atualmente são cultivadas cerca de 15 mil plantas em nível comercial, que produzem aproximadamente oito mil quilos por ano.

Em relação à produção no Município, o extensionista rural afirma que o transplantio das mudas geralmente ocorre no período entre março e junho. “Existem dois grande grupos de cultivares de morango, as de dias curtos e as de dias neutros. Cultivares de dias curtos possuem a produção concentrada entre meados de agosto e encerram a produção entre outubro e novembro. Já as cultivares de dia neutro possuem uma produção mais espaçada ao longo do ano”, destaca Pinheiro.

Entre os cuidados necessários com a planta, o extensionista alerta para algumas medidas que podem auxiliar numa boa qualidade das frutas em seu desenvolvimento. “O morangueiro é uma planta que exige alguns cuidados para que haja um desenvolvimento e produção satisfatória. Entre esses cuidados, cabe destacar que o uso de mudas sadias e bem desenvolvidas são importantes para o estabelecimento da cultura. A limpeza com retirada de folhas velhas e doentes, juntamente com o monitoramento de presença de pragas é importante. A colheita ser realizada em horários de temperatura mais amenas do dia, entre outros”, salienta.

Vale do Sol

De acordo com o extensionista rural da Emater de Vale do Sol, Dagoberto Antunes, são 12 famílias que produzem morangos no Município numa área de cultivo  estimada de 0,5 hectare. Segundo Antunes, alguns fatores são preponderantes para o sucesso da cultura. “Podemos elencar alguns fatores indispensáveis para o sucesso da atividade, como ter mudas de qualidade, boa disponibilidade de água para irrigação, mão de obra disponível para dedicação no cultivo, conhecimento, além da questão comercial”, salienta.

Ainda, o extensionista ressalta que cada vez mais os produtores têm se capacitado para  garantir uma fruta de qualidade. “Em Vale do Sol os produtores comerciais realizam o cultivo do morango protegido em estufa e utilizam variedades que permitem a produção durante todo o ano. A atividade produz bons resultados e pode contribuir para agregar renda para a propriedade”, finaliza.