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Vagas de emprego esbarram na baixa qualificação

Publicado em: 21 de junho de 2017 às 17:16 Atualizado em: 19 de fevereiro de 2024 às 14:33
  • Por
    Jaqueline Gomes
  • Fonte
    Jornal Arauto e Portal Arauto
  • Foto Carolina Almeida/Jornal Arauto
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    Reportagem especial faz contraponto do mercado de trabalho com a capacitação profissional

    Uma vaga no mercado de trabalho, quem quer? Muitos dos 6.616 cadastrados junto à agência do SINE de Vera Cruz provavelmente diriam que sim, que é o anseio, mas muitos esbarram no mesmo ponto: a tão falada qualificação. Ninguém está dizendo graduação, pós-graduação, mestrado ou doutorado. A maioria das empresas cadastradas exige apenas o Ensino Fundamental completo. Neste ano, as vagas de auxiliar de produção buscavam até o Ensino Fundamental incompleto, mas a maioria desejava o completo. Algumas para Ensino Médio e três vagas exigindo o Ensino Superior, explica o coordenador da agência local, Sidnei Fernandes. Para quem não teve a oportunidade de frequentar o ensino regular, o Município oferece a Educação para Jovens e Adultos (EJA), junto da Escola João Carlos Rech. No entanto, a evasão é tamanha que não se descarta o fechamento das turmas no segundo semestre.

    Segundo o secretário municipal de Educação, Cláudio Stoeckel, o que se nota é a procura na hora da matrícula, no início de cada semestre. Mas chegam os dias mais frios, em maio e junho, ou o período de colheita de fumo, nos meses finais, e as salas ficam praticamente vazias. É muita evasão. Muitos desistem e nunca concluem o Ensino Fundamental.  “

    “Não há mercado de trabalho atual sem qualificação”, diz Secretário

    O secretário municipal de Desenvolvimento Econômico, Leandro Claur Wagner, assumiu neste mês a presidência da Comissão Municipal de Emprego, órgão fundado em 1997 e que a cada três anos renova seus membros e, anualmente, elege diretoria. Formada por poder público, empregadores e trabalhadores, a Comissão quer implementar ações que visem a qualificação de forma paralela ao mercado de trabalho. “Queremos consolidar mecanismos para que o público que busca uma vaga no mercado perceba a importância de estudar e se manter qualificado. Não há mercado de trabalho atual sem qualificação”, avalia Wagner.

    A Comissão de Emprego já dialoga com o empresariado que recebe incentivo do Município no sentido de utilizar a estrutura de oferta de emprego e de qualificação, como o caso do SINE e da EJA, entre seus colaboradores. “Estimulamos que as empresas incentivem que os funcionários continuem estudando”, frisa. De outro lado, a Comissão e o Município estão otimizando ofertas de qualificação de mão de obra a partir da demanda apresentada pelo empresariado local. No momento, há dificuldade de conseguir cursos via Pronatec, por isso buscam uma estrutura local para atender esta necessidade.

    Neste ano, o Município atraiu três empresas novas: Galvan, Agilift e Sintec, duas delas com processos que exigem mão de obra com maior qualificação: engenharia tecnológica, mecânica e de produção. É um panorama diferente das contratações temporárias, que são a maioria no SINE. “São vagas de perfil permanente. Isso exige qualificação”, reforça Wagner. Neste contexto, o presidente da Comissão Municipal de Emprego lembra que em março e abril o SINE de Vera Cruz ficou em primeiro lugar no estado nas contratações de trabalhadores cadastrados. No entanto, a maioria das vagas para trabalho temporário. “Em seis meses estas pessoas vão voltar a buscar emprego. O que Vera Cruz precisa é de vagas permanentes e isso

    Oportunidade

    A coordenadora da EJA em Vera Cruz, junto à Escola João Carlos Rech, Joceli Rech, aponta que estão matriculados neste semente 67 alunos nas duas turmas (8º e 9º ano) da EJA. Desses, costumam comparecer cerca de 40, mas no caderno de chamada é possível ver muitas faltas. Cada semestre equivale a uma série do ensino. Na escola, além dos professores à disposição e de toda a estrutura física do educandário, com amplas salas e ar-condicionado, há sala de vídeo e de informática, por exemplo, à disposição para o aprendizado. Os estudantes ainda contam com transporte cedido pela Prefeitura e merenda escolar. Ainda assim, muitos desistem.

    Confira a matéria completa na edição impressa do Jornal Arauto desta quinta-feira (22).