Covid 19

Número de mortes pela Covid-19 de pessoas acima dos 80 anos reduziu 64% em Santa Cruz

Publicado em: 21 de maio de 2021 às 14:23 Atualizado em: 01 de março de 2024 às 17:03
  • Por
    Luiza Adorna
  • Fonte
    Portal Arauto
  • Foto: Divulgação/Assessoria de Imprensa HSC
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    Dados constam no Boletim Epidemiológico divulgado pela Prefeitura nesta sexta-feira

    Os números da pandemia da Covid-19 já apresentam os reflexos da vacinação. De acordo com o Boletim Epidemiológico divulgado nesta sexta-feira (21), houve uma redução de 64% no número de mortes em pessoas acima dos 80 e de 37% naqueles entre 70 e 79 anos, em relação a março. Conforme o médico Luciano Duro, mestre e doutor em Epidemiologia, os dados muito provavelmente são reflexo das ações de vacinação nestes grupos.

    Além disso, segundo ele, os casos também reduziram e os hospitais já apresentam diminuição da sobrecarga apresentada em março, no pior momento da pandemia. Quanto às distribuições das idades de pessoas que evoluíram ao óbito, aproximadamente a metade aconteceu acima dos 70 anos. Em relação ao sexo, com distribuição praticamente igual entre homens e mulheres.

    O número de atendimento, que havia aumentado após o carnaval, também apresentou redução. "Na primeira semana de maio observa-se uma queda no número de atendimentos que se manteve abaixo da média móvel para o período anterior de sete dias e abaixo da linha de tendência. Na última semana voltou a aumentar o número, muito provavelmente pelo fechamento do ambulatório de campanha, mantendo, porém, o número de atendimentos que vinham acontecendo nas semanas finais de abril", comenta. 

    Conforme os dados do boletim, a maior proporção dos atendimentos ocorre na faixa etária entre 20 e 49 anos, correspondendo a, aproximadamente, 70% dos atendimentos. "Neste período de 3 a 9 de maio a faixa etária de 30 a 39 anos soma 30% dos atendimentos, correspondendo a faixa etária mais afetada", diz. Além disso, houve um aumento do número absoluto e proporcional nos testes positivos. "Isso sinaliza que podemos estar iniciando novo período de aumento de casos, a ser observado mais de perto ainda com as mudanças do formato de classificação de risco e das novas medidas restritivas", detalha. 

    Os dados foram coletados através de diversas fontes disponíveis, como planilhas retiradas do Painel de Monitoramento de Internações por Covid-19 da Secretaria de Saúde do Rio Grande do Sul,  relatórios do Fly Saúde, planilhas compartilhadas pelos ambulatórios que atendem pessoas com sintomas respiratório e dados extraídos do e-SUS Notifica do Ministério da Saúde.

    Ocupação dos leitos

    Segundo o médico Luciano Duro, os leitos UTI, já há quase três semanas, estão com taxas próximas aos 60% de ocupação, em estabilidade. Entretanto, mantém-se o alerta de que, mesmo estando o Hospital Santa Cruz e o Hospital Ana Nery em patamares de estabilidade e em valores aceitáveis para os dois tipos de leito (UTI e Clínico), faz-se necessário todo o cuidado. "As experiências vividas nos meses de março e abril mostraram que mínimas variações para mais nos indicadores de contaminação da população repercutem intensamente na ocupação dos leitos", ressalta. 

    De acordo com ele, em termos gerais, o momento parece ser de recuperação em relação à velocidade de contaminação. "Isso se reflete, também, e ainda, no número de óbitos que está se mantendo em patamares de antes da piora de março. O cenário do município corrobora os dados do Estado, que também passa por uma discreta melhora nos leitos livres de UTI e clínicos, mas com estabilidade, mostrando sinais de queda. Os efeitos positivos das restrições no mês de março e abril influenciaram os indicadores positivamente, porém através de experiências de outros países, acredita-se que para se garantir uma maior tranquilidade geral, ações multifacetadas e rotineiras são necessárias, manter a circulação reduzida, aumentar a cobertura vacinal e a população seguir aderindo nos cuidados gerais de higiene e não aglomerando", aconselha.