Na época, um estudo técnico foi feito, a barragem ganhou desenho, ficaria localizada acima da Cascata do Franke (hoje chamada Cantinho Colonial), ponto que poderia reservar bastante água
Não chega a ser do Tempo do Epa, mas já se passam mais de 20 anos. Foi em 2002 que o projeto de construção de uma barragem em Dona Josefa, interior de Vera Cruz, o chamado “Lago Prateado”, foi lançado, na gestão de Heitor Petry. Por anos, diversas administrações municipais atentaram para investimentos no sistema de água do Município, não é a toa que hoje a Capital das Gincanas é exemplo em termos de sistema de captação, tratamento, reserva e distribuição de água.
“Hoje, o sistema de água não é de um governo, nem de uma administração, ele já tem um sentido de pertencimento muito grande da comunidade, que está muito consciente do modelo que nós temos, mais barato, mais eficiente se comparado ao de outros municípios”, frisou Petry.
Mas voltemos ao projeto em questão. Assim como hoje, a preocupação sobre o crescimento de Vera Cruz, abastecida por fontes naturais, nascentes, poços artesianos e, principalmente, pelo Arroio Andréas, levou a administração municipal de 2001 a 2004 a pensar em uma alternativa de abastecimento de água, em caso de estiagem ou de eventos adversos, a exemplo de uma contaminação no Arroio Andréas.
Petry ainda mantém muito viva esta lembrança. Conta que se Santa Cruz badalava o Lago Dourado, Vera Cruz queria ter seu Lago Prateado. Na época, um estudo técnico foi feito, a barragem ganhou desenho, ficaria localizada acima da Cascata do Franke (hoje chamada Cantinho Colonial), ponto que poderia reservar bastante água.
“Pela posição elevada, a gravidade faria com que a água fosse tranquilamente transportada para dentro da estação de tratamento”, recorda-se. O desafio, na época, uma vez que o Município não possuía recursos financeiros, era captar dinheiro junto ao Estado. O valor custearia a implantação da barragem, mas também a desapropriação do terreno. Foi nesta questão que o projeto encontrou seu entrave.
“Era um sonho, não só meu, mas de toda a comunidade. Tinha essa convicção e continuo tendo de que Vera Cruz precisa de um reservatório grande para suprir o abastecimento em eventualidades adversas. Infelizmente não evoluímos neste projeto e nas administrações seguintes, mas fico muito feliz de ver o prefeito Gilson Becker retomando a ideia, ainda que em uma proposta um pouco diferente, com os avanços para a construção de uma barragem na localidade de Dona Josefa. Um investimento muito importante do ponto de vista estratégico”, arremata Petry, em entrevista publicada em 2022, quando a barragem que agora já pode ser vista em obras, ainda era um embrião a tomar forma.