UTI Pediátrica de Venâncio Aires é considerada exemplo na cooperação entre entes

Um serviço que se consolidou pela colaboração de diferentes entes federativos. Essa é a avaliação que é feita dois anos após a inauguração da Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Pediátrica do Hospital São Sebastião Mártir, de Venâncio Aires.

O administrador da casa de saúde, Fernando Siqueira, detalhou o processo de negociação para o início das atividades na estrutura que atende crianças e adolescentes entre 29 dias e 14 anos.

Ela explica que a UTI pediátrica é regulada pelo Governo do Estado. Em virtude disso, 90% dos pacientes que já procuraram atendimento são de outras regiões do Rio Grande do Sul. “Mais de 90% das crianças de pacientes que passaram até hoje pela UTI pediátrica não são da região de Venâncio Aires e arredores, elas são das regiões que têm carência de UTI pediátrica. Então está aí a constatação da importância dela [da UTI] para o Estado”, reflete.

Outro ponto que mostra a necessidade dos serviços, segundo Siqueira, é com relação a união de serviços em um único local. Ele lembra que o Hospital São Sebastião Mártir tem um pronto atendimento pediátrico, unidade de internação pediátrica e e uma maternidade.

“Só que por vezes era muito comum que tanto o médico quanto o gestante tivessem certo temor de ter todos os seus procedimentos no hospital, porque caso houvesse a necessidade de uma UTI [pediátrica], nós não tínhamos esse recurso necessário. Então muitas vezes essa paciente procurava a solução fora, em outros hospitais que tinham a UTI. Etão hoje a presença da UTI pediátrica dá uma segurança e conforto para esses outros serviços que atendem a linha materno-infantil”, salienta.

Para manter o funcionamento da unidade, o Hospital São Sebastião Mártir contra com recursos da Prefeitura de Venâncio Aires e dos governos Estadual e Federal. Para definir o valor que seria necessário, atualmente previsto em R$ 604 mil por mês, a direção da casa de saúde realizou um estudo de custeio, a partir de uma normativa que determina quais são os profissionais e os respectivos quantitativos para atuarem na UTI pediátrica.

“Então, em cima deste quantitativo, nós fomos no conselho de classe de cada um desses profissionais e vimos qual era o piso salarial. Então, essa quantidade vezes o que é o piso de cada profissional, nós chegamos a um custo de R$ 604 mil por mês. Hoje, nós temos esse valor subsidiado R$ 400 mil pela prefeitura, o Estado paga R$ 500 mil por ano – R$ 41 mil por mês – e a União paga R$ 600 por cada leito”, exemplifica. Além dos montantes repassados, a casa de saúde venâncio-airense também arca com as despesas.

Para o administrador do Hospital São Sebastião Mártir, a abertura da estrutura só foi possível por conta da colaboração de diferentes entes federativos, entre eles a 13ª Coordenadoria Regional de Saúde, com sede em Santa Cruz do Sul, que se envolveu diretamente no projeto e auxiliou no diálogo com o Governo do Estado.

Além disso, Siqueira relata que os hospitais da região, que possuem UTI pediátrica também participaram ativamente durante todo o período. “Então, é muito bom a gente ver um serviço em que teve muitas mãos para contribuir e hoje a gente está podendo prestar serviço.”

A UTI Pediátrica do Hospital São Sebastião Mártir foi inaugurada há pouco mais de dois anos, em 11 de janeiro de 2023. Contudo, por conta das negociações envolvendo recursos da manutenção, ela só começou a receber pacientes em abril daquele ano. A conversa completa com Fernando Siqueira está disponível no Spotify do Grupo Arauto.