Polícia

Prende e solta: “e se na próxima vez evoluir para um delito de maior potencial?”

Publicado em: 20 de dezembro de 2024 às 07:11
  • Por
    Emily Lara
  • Foto: Nícolas da Silva/Grupo Arauto
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    Coronel Giovani Paim Moresco falou sobre a situação em que indivíduos são presos e logo colocados em liberdade novamente

    O chamado “prende e solta”, situação em que indivíduos são presos e logo colocados em liberdade novamente, foi abordado pelo agora ex-comandante do Comando Regional de Polícia Ostensiva do Vale do Rio Pardo (CRPO/VRP), coronel Giovani Paim Moresco, em entrevista ao Grupo Arauto. Ele destacou o trabalho contínuo da Brigada Militar diante de uma legislação que, segundo ele, dificulta uma punição mais incisiva.

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    “Algumas percepções, a nosso ver, requerem ainda mudanças legais. Não é admissível que uma pessoa furte residências 70 vezes e continue solta. Entrando nas residências, levando televisão, telefone e forno de micro-ondas embaixo do braço e continue solto, porque a lei diz que ele continua solto. Então, também nós precisamos de um vigor moral de quem deva mudar a lei”, apontou.

    Coronel Moresco destacou que a comunidade muitas vezes confunde os papéis das instituições de segurança. Ele explicou que enquanto a Brigada Militar é responsável pelo policiamento ostensivo e atua nas ruas para proteger a população, questões judiciais, como a liberação de suspeitos, estão fora de sua alçada. “Nós continuaremos, sim, atuando dessa forma, prenderemos tantas vezes quanto forem necessárias, porque a população tem que olhar e confiar que alguém esta fazendo algo de concreto”, disse.

    Porém, Moresco pontuou a necessidade de mudanças estruturais na legislação para garantir mais efetividade no combate ao crime, pois há o risco de que pequenos delitos evoluam para crimes de maior gravidade. “Entretanto, ao nosso ver, precisa sim ter uma mudança mais efetiva, que traga mais efetividade e eficiência nesse contexto. […] E se na próxima vez evoluir para um delito de maior potencial?”, concluiu.

    Ouça a entrevista completa: