O Hospital Santa Cruz (HSC) tem observado aumento expressivo de atendimentos por síndromes respiratórias registrado nos últimos dez dias. A elevação coincide com a chegada do frio e o início do período sazonal de circulação de vírus respiratórios, como Influenza e Vírus Sincicial Respiratório (VSR), especialmente entre crianças e idosos.

A diretora assistencial da casa de saúde, enfermeira Eliane Carlosso Krummenauer, destaca que a mudança no clima cria condições propícias para a disseminação de infecções respiratórias. “Já observamos um aumento significativo da procura por atendimento, tanto na emergência quanto nos ambulatórios de consulta. As síndromes respiratórias envolvem desde gripes comuns até complicações que evoluem para quadros mais graves”, explica.

Segundo Eliane, os casos classificados como síndrome respiratória aguda grave (SRAG) referem-se a qualquer quadro que exija internação hospitalar devido ao agravamento dos sintomas. “O aumento de casos serve como alerta. Precisamos reforçar medidas de prevenção para evitar uma sobrecarga ainda maior na rede de saúde”, afirmou.

Diferente do período pandêmico, em que a Covid-19 era a principal causa de SRAG, o cenário atual é marcado por maior presença de outros vírus respiratórios. “Estamos observando uma redução nos casos de coronavírus e, por outro lado, um aumento de vírus como a Influenza A e o VSR. É importante lembrar que os vírus que estão circulando atualmente estão contemplados nas vacinas da gripe”, enfatiza a enfermeira.

Eliane reforça que a vacina, embora não ofereça proteção contra todos os vírus, é eficaz na prevenção de formas graves da doença. “Muitas vezes ouvimos que a vacina não funcionou porque a pessoa adoeceu, mas é possível que ela tenha sido infectada por um vírus não contemplado na vacina. Mesmo assim, a imunização é fundamental para reduzir a gravidade e a disseminação dos casos”, esclarece.

Com o aumento da demanda, a diretora do HSC reforça a importância de que casos leves sejam direcionados às unidades básicas de saúde. “O hospital já registra uma taxa elevada de ocupação, inclusive com internações por SRAG. Para evitar a sobrecarga, é fundamental que a população procure primeiro as unidades, especialmente para quadros leves”, alerta Eliane.

Números da região

De acordo com dados do Centro Estadual de Vigilância em Saúde, a 13ª Coordenadoria Regional de Saúde, que abrange municípios como Santa Cruz, Vera Cruz, Venâncio Aires e Rio Pardo, já registra 130 hospitalizações por síndrome respiratória aguda grave. Desse total, 12 pacientes precisaram de internação na UTI e foram registrados 13 óbitos.

Decreto estadual

O cenário em Santa Cruz do Sul reflete uma tendência estadual. O governo do Estado decretou, nessa segunda-feira (20), emergência em saúde pública para enfrentamento da síndrome respiratória aguda grave, especialmente entre crianças. O decreto, publicado no diário oficial nesta terça, terá validade de 120 dias.