Os agostinianos valorizam a vida comunitária, a oração, o estudo e o trabalho pastoral, atuando em educação, missões e serviço social
A fumaça branca que saiu da chaminé instalada no teto da Capela Sistina, no Vaticano, no dia 8 de maio de 2025, indicou que os 133 cardeais eleitores, reunidos no conclave, haviam escolhido o novo pontífice.
O anúncio causou surpresa ao mundo, pois nenhum dos cogitados havia sido escolhido.
Após quatro escrutínios, no segundo dia do conclave, o Vaticano anunciou a eleição de Robert Francis Prevost como novo Papa. Nascido em Chicago, Estados Unidos, viveu por muitos anos no Peru, onde trabalhou como missionário e tornou-se bispo de Chiclayo, tendo se naturalizado peruano em 2015.
É integrante da Ordem dos Agostinianos, também conhecida como Ordem de Santo Agostinho, ordem religiosa católica mendicante que segue a espiritualidade e os ensinamentos de Santo Agostinho, cuja Regra inspirou a criação da comunidade no século XIII, quando o Papa Inocêncio IV uniu diversos grupos eremíticos na Itália.
Os agostinianos valorizam a vida comunitária, a oração, o estudo e o trabalho pastoral, atuando em educação, missões e serviço social.
O novo pontífice, visivelmente emocionado, apareceu na varanda da Basílica de São Pedro para dar sua primeira bênção, a tradicional Urbi et Orbi, anunciando que adotaria o nome de Leão XIV.
No primeiro discurso enfatizou a necessidade de uma Igreja missionária, que constrói pontes e diálogo. Destacou a importância da paz, da caridade e da proximidade com os que sofrem.
Em um gesto pleno de significado, trocou o italiano pelo espanhol, durante o discurso, agradecendo sua trajetória no Peru, onde passou grande parte de sua carreira eclesiástica.
Proclamando-se agostiniano, invocou eternos ensinamentos de um dos mais importantes teólogos e filósofos dos primeiros séculos do cristianismo.
Aurélio Agostinho de Hipona foi bispo de Hipona, uma cidade na província romana da África. Suas obras-primas são De Civitate Dei (“A Cidade de Deus”) e “Confissões” (uma autobiografia). Converteu-se ao cristianismo ao ouvir a história da vida de Santo Antão do Deserto e ao encontrar resposta que buscou ao abrir a Bíblia sagrada.
Com a morte de sua esposa Mônica e de seu filho Adeodato, entristecido Agostinho vendeu todo seu patrimônio e deu o dinheiro aos pobres, mantendo apenas a casa da família, que ele converteu numa fundação monástica para si e alguns amigos.
Ordenado sacerdote em Hipona, logo tornou-se um pregador muito famoso – há mais de 350 sermões que se acredita serem autênticos. Em 395 foi nomeado bispo coadjutor de Hipona e, logo depois, assumiu o trono episcopal, uma posição que manteve até sua morte em 430.
Santo Agostinho tornou-se um dos mais importantes filósofos e teólogos cristão. Ensinava sobre a busca pela verdade, a importância da fé e da graça divina, e a necessidade de amar a Deus e o próximo. Ele também enfatizava o papel do livre-arbítrio na escolha entre o bem e o mal e a importância da interioridade para encontrar Deus.
Como Francisco, o novo Papa prioriza a vida simples, a escuta aos mais pobres e o combate à cultura clericalista. Ele tem trajetória missionária, experiência com comunidades indígenas no Peru e perfil diplomático. É adepto do jogo de tênis e, tal como o Papa Francisco, vem “quase do fim do mundo” para governar a igreja e influenciar os rumos da humanidade na busca da paz.
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