O Rio Grande nunca esteve tão longe do restante do Brasil

A temporada 2025 no futebol gaúcho vai começar. Ao menos, a bola vai enfim voltar a rolar pelo Campeonato Estadual para o início das competições do ano. Porque fora de campo, os clubes trabalham para formar e reforçar os seus elencos desde o final do ano passado.

O Inter vai para 2025 com uma estrutura de time mantida, sem perdas entre os seus titulares e com reforços pontuais. O técnico Roger Machado, que terminou em alta a temporada 2024, trabalha basicamente o mesmo time que deu muito boa resposta na segunda metade do último ano. Com reforços necessários, ainda que tímidos.

O Grêmio vai enfrentar 2025 com tudo novo. Mudou o departamento de futebol desde a sua gestão, com a saída de Antonio Brum e as chegadas de Alexandre Rossato e Guto Peixoto, passando por sua comissão técnica, em que saíram Renato Portaluppi e todos os seus auxiliares, para a chegada de Gustavo Quinteros e uma equipe totalmente nova, até chegar ao campo. Ou melhor, a expectativa do torcedor é para que o time dentro do campo também seja outro, em relação ao ano passado, em que flertou com o rebaixamento. Porque até agora houve saídas importantes, casos de Geromel, Rodrigo Caio, Reinaldo, Soteldo, Diego Costa e muito provavelmente Marchesin, mas mesmo já estando na semana de estreia no Gauchão, apenas dois reforços chegaram: o lateral direito João Lucas e o volante Gustavo Cuellar. Com isso, Gustavo Quinteros que chegou falando em intensidade, força e velocidade para ser competitivo, trabalha basicamente o mesmo time do ano passado, impactado com baixas entre os titulares que ainda não foram repostas.

O Inter é o mesmo. E isso é bom. O Grêmio é o mesmo. E isso preocupa.

A manutenção da fotografia dos dois elencos, no entanto, tem suas justificativas. É bem verdade que como poucas vezes nos últimos anos, a dupla Gre-Nal sentiu com força o impacto da condição financeira na formação de time. Enquanto as SAFs e times mais abastados como Palmeiras e Flamengo gastam fortunas em jogadores vindos da Europa, inclusive, Grêmio e Inter não conseguem vencer disputas com jogadores medianos, mesmo contra times que podem menos, mas neste momento são mais atrativos. O Palmeiras mira Andreas Pereira por absurdos 25 milhões de euros. O Flamengo tenta tirar Jorginho, seleção italiana, da Premier Leage. O Cruzeiro já trabalha com Gabigol, Dudu e Fabricio Bruno. O Corinthians conversa com Paul Pogba. O Santos encaminha um acerto com Neymar. O Inter teve de se contentar, na busca por um zagueiro, com Kaíque Rocha vindo do rebaixado Athlético PR. E o Grêmio não consegue contratar um lateral esquerdo. É oceânica a distância que separa a dupla Gre-Nal dos principais postulantes aos títulos no futebol brasileiro nesta temporada.