Prefeito Mateus Trojan destacou que mais de 80% da área urbana da cidade foi afetada
Em menos de um ano, Muçum sofreu três enchentes que devastaram todo o município do Vale do Taquari. Em entrevista ao Direto ao Ponto, na Arauto News, o prefeito Mateus Trojan revelou os esforços intensificados para reconstruir aproximadamente 300 unidades habitacionais que foram destruídas nas calamidades.
Segundo o chefe do Executivo, o município enfrenta desafios burocráticos e financeiros, mas busca agilizar processos para atender a população o mais rápido possível. “Para conseguir fazer aquilo que é um sonho de todos neste momento, que é a entrega para as famílias que precisam, seja no sentido habitacional, infraestrutura, recuperação de pontes e outros projetos. O que precisa é atender com urgência para normalizar a vida”, disse.
Trojan mencionou diversas iniciativas em fase avançada, incluindo parcerias com empresas privadas e fundações para iniciar obras nas próximas semanas. Um dos principais programas, “A Casa é Sua”, do Governo do Estado, está finalizando etapas burocráticas para iniciar a construção de 56 residências já em agosto. Além disso, 177 unidades habitacionais foram contempladas através da Defesa Civil Nacional, com o município providenciando recursos próprios para desapropriações de áreas.
O prefeito enfatizou a complexidade do processo, especialmente nas questões ambientais e de segurança das áreas afetadas. “É um processo que demora mais, por questões financeiras e pelo trâmite que é necessário. Às vezes chega a ter sensação de que certas coisas acabam sendo construídas para não funcionar. Porque cidades que estão abaladas, pequenas, com menos de cinco mil habitantes como é o caso de Muçum, limitadas em orçamento na sua normalidade, em situação de calamidade ainda mais, ter que arcar com recursos tão grandes acaba sendo um entrave muito grande, mas estamos superando”, desabafou.
Somando os impactos das enchentes ocorridas em setembro e novembro de 2023, e maio de 2024, Muçum enfrenta a tarefa de reconstruir aproximadamente 300 unidades habitacionais severamente afetadas. “São para pessoas que perderam suas casas, porque elas foram completamente destruídas ou foram condenadas, e áreas que são consideradas áreas de risco extremo, onde não podemos permitir continuidade habitacional”, explicou.
Trojan destacou que mais de 80% da área urbana de Muçum foi afetada pelas enchentes recentes, destacando a necessidade de um plano integrado que considere as áreas inundáveis, que apresentam riscos. Além disso, salientou que é preciso estudar quais locais podem ser adequadamente adaptados e regulamentados para uso futuro. “Compreender quais são as áreas possíveis de continuidade de atividade humana. Nestas áreas, é possível fazer adaptações, regulamentação do uso desse território e criação de sistemas de plano de contingência, tanto públicos quanto individuais para situação de risco”, afirmou.
Apesar do progresso nos planos de reconstrução, o prefeito reconheceu as preocupações com a demora na entrega das novas residências, quase um ano após as primeiras inundações. “As pessoas têm compreendido o processo e a situação, e têm aceitado sair dessas áreas quando recebem residências em locais adequados. Porém, o tempo de demora, essa angústia pelas casas não estarem sendo entregues quase 12 meses depois das inundações de setembro, por exemplo, gera uma incerteza com relação a conclusão destes projetos. Por isso, temos que trabalhar nisso para dar velocidade e o quanto antes entregar essa residência para as famílias”, concluiu Trojan.
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