A cultura movimenta cerca de 3% do ICMS gaúcho, e representa a maior área cultivável
Sob sol escaldante e calor de mais de 30 graus quatro máquinas abriram oficialmente a colheita de arroz no Rio Grande do Sul neste sábado (18). A solenidade marcou o encerramento do evento técnico que durou três dias e movimentou milhares de pessoas na Estação Experimental do Arroz (EEA), em Cachoeirinha, onde se desenvolvem as pesquisas de melhoramento genético do Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga), autarquia vinculada à Secretaria da Agricultura, Pecuária e Irrigação.
O governador José Ivo Sartori foi representado pelo secretário Ernani Polo. Foi colhido aproximadamente um hectare de terra em uma lavoura de ensaio preparada especialmente para o evento. A lavoura foi semeada no sistema de cultivo mínimo ainda no mês de setembro. No local, foi utilizada a cultivar IRGA 424 RI/CL, desenvolvida pela autarquia com genética resistente ao arroz vermelho. Estima-se que a 424 ocupa 60% das lavouras de arroz do estado. A expectativa é de uma produtividade acima de 12 mil quilos por hectare. Para a safra, existe uma projeção de colheita de aproximadamente 8,3 milhões de toneladas de arroz.
Depois da simbologia, produtores e público em geral foram convidados para acompanhar o anúncio de recursos para o setor e um panorama do atual cenário arrozeiro abordado no pronunciamento das autoridades, entre eles, deputados federais e estaduais, representantes de ministérios, prefeitos, secretários, fundações e entidades públicas e privadas. O Fundo Latino-Americano de Arroz Irrigado (Flar) participou da solenidade com convidados de 18 países.
O presidente do Irga, Guinter Frantz, ressaltou o impacto das pesquisas da entidade no bolso dos produtores: “Queremos aumentar a rentabilidade do produtor através da pesquisa. Como? Com melhor genética e com manejos corretos, isso se faz com pesquisa e se leva para o campo”, esclareceu. “O arroz ainda é um dos alimentos mais saudáveis que existe. Nós colhemos e sabemos que estamos consumindo saúde”, completou.
O deputado federal Luiz Carlos Heinz, que participou do evento representando a Câmara Federal, defendeu o reajuste do preço mínimo do arroz, que, atualmente, fica na casa dos R$ 35. “O preço mínimo que nós temos hoje não adianta. O custo de produção calculado pelo Irga tem média de R$ 45. Não podemos vender abaixo disso”, enfatizou.
A cerimônia foi marcada por importantes anúncios para o setor, que vieram do Banco do Brasil. O BB assinou a liberação de R$ 12 bilhões para o pré-custeio da safra 2017/2018. Também foram anunciados R$ 700 milhões para a comercialização da safra, na linha de Financiamento para Estocagem de Produtos Agropecuários Integrantes do Programa de Garantia de Preços Mínimos (FEPM), que substituiu o EGF, com juros de 9,5% ao ano. As liberações estão sendo feitas desde janeiro nas regiões produtoras.
O arroz movimenta cerca de 3% do ICMS gaúcho, e representa a maior área cultivável em 1 milhão e 60 mil hectares. São 20 mil lavouras distribuídas em 132 municípios. O estado conta com 230 indústrias de recebimento do grão. Calcula-se que 220 mil pessoas estejam envolvidas com a cadeia.
O encerramento foi marcado pelo tradicional carreteiro da equipe de gastronomia do Irga. No próximo ano, a Abertura Oficial da Colheita do Arroz deverá acontecer novamente em Cachoeirinha.
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