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Sem acordo por reposição, médicos ameaçam atender apenas urgência e emergência no hospital de Venâncio

Publicado em: 18 de março de 2022 às 08:17 Atualizado em: 03 de março de 2024 às 11:26
  • Por
    Bruna Oliveira
  • Fonte
    Portal Arauto
  • Foto: Bruna Oliveira/Portal Arauto
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    De acordo com profissionais, há um contingenciamento da correção dos honorários médicos

    O Sindicato Médico do Rio Grande do Sul (Simers) iniciou as rodadas de negociação da reposição salarial dos profissionais da saúde do Hospital São Sebastião Mártir (HSSM), de Venâncio Aires. Em nota, divulgada nesta quinta-feira (17), a entidade publicou que não houve a presença de representantes do município no encontro.

    De acordo com o documento, há um contingenciamento da correção dos honorários médicos, que há quase três anos não são atualizados. A proposta é uma redução dos salários em 10%, a fim de buscar o equilíbrio nas contas da casa de saúde, que seguem com déficit. Um acordo foi estabelecido para que a negociação entre o hospital e o Município seja concluída até 30 junho. Porém, em caso de insucesso, os médicos do HSSM irão, a partir de 1º de julho, paralisar ou exercer suas atividades de forma padrão, atendendo apenas casos de urgência e emergência.

    A direção do Hospital São Sebastião Mártir foi procurada pela reportagem do Grupo Arauto e anunciou que não vai se manifestar sobre o fato. Já o prefeito Jarbas da Rosa alegou que ele e o secretário da Saúde, Tiago Quintana, não puderam comparecer à reunião em razão de outros compromissos. O chefe do Executivo também relatou que a demanda com o sindicato é, prioritariamente, direcionada à casa de saúde e que a Prefeitura está fazendo a sua parte, que é tratar dá correção e da contratação de uma empresa de consultoria para avaliação da planilha de custos do HSSM.

     

    CONFIRA A NOTA NA ÍNTEGRA: 

     

    "O Sindicato Médico do RS, autorizado por meio de Assembleia Geral Extraordinária (AGE) composta pelo corpo clínico do Hospital São Sebastião Mártir (HSSM), de Venâncio Aires, deu partida às rodadas de negociação em decorrência do contigenciamento da correção dos honorários médicos, que há quase três anos não são atualizados. Nem a Prefeitura ou Secretaria de Saúde de Venâncio Aires participaram da reunião, nem enviaram interlocutores. 

    O Simers, há quase vinte dias, já havia se reunido com o secretário da saúde e o convidou para participar do encontro de alinhamento, mas declinou no último dia 15,  por problemas de agenda. A Entidade médica reiterou a importância da participação do Poder Público, porém não foi considerado. 

    De acordo com as contas apresentadas pelo administrador do Hospital, Luis Fernando Siqueira, a instituição registra déficit histórico de quase R$ 10 milhões. Para o HSSM não há como negociar nenhuma correção, e a proposta seria uma redução dos honorários em 10%, a fim de buscar o equilíbrio nas contas do São Sebastião Mártir. 

    O déficit nas contas do hospital, que tem origem há mais de uma década, dá-se pela falta de diálogo com a administração municipal, não apenas a atual, mas anteriores também. O contrato entre o Município e o HSSM possui uma série de problemas de ordem pecuniária, e não há revisão do mesmo, nem auditoria, por parte da Prefeitura, sobre as contas do Hospital, a fim de se ter uma visão macro do contrato. 

    "O que se vê é uma pressão desnecessária sobre os médicos, que são os herois da pandemia. É inadmissível que um profissional fique três anos sem correção de seus ganhos. O custo de vida está enorme, a inflação corroendo os ganhos de qualquer trabalhador, e a Prefeitura se quer se importa com isso. O que o Simers busca é a reposição com base no IPCA do último triênio, que foram postergados pelos médicos, a fim de dar prosseguimento dos serviços durante o auge da pandemia, auxiliando no fluxo de caixa da Instuição", afirmou Giuliano Steil, delegado do Simers em Venâncio Aires. 

    Por força da AGE realizada em fevereiro, houve um acordo de que a negociação entre o hospital e o Município em prol da revisão contratual seja concluída até 30.06. Ficou deliberado que, em caso de insucesso, os médicos do HSSM irão, a partir de 01.07, paralisar ou exercer suas atividades de forma padrão, atendendo APENAS CASOS DE URGÊNCIA E EMERGÊNCIA. 

    O corpo clínico reitera sua preocupação com a sociedade de Venâncio Aires, e por respeito à ela, já informa essa situação antecipadamente. 

    O Simers, novamente, irá se reunir e discutirá o tema. A Prefeitura será convidada, bem como demais Poderes locais."