Inquérito remetido pela polícia demonstra convicção de que não foi um acidente, foi um caso proposital
Após a Polícia Civil se debruçar sobre as investigações acerca do atropelamento do ciclista César Augusto Swarowsky, de 29 anos, transcorrido em 27 de outubro em Linha Andréas, concluiu o inquérito que indicia o motorista de um automóvel Honda Civic por tentativa de homicídio. O caso foi remetido ao Judiciário. A delegada responsável pela Delegacia de Polícia de Vera Cruz, Lisandra de Castro de Carvalho, frisou que “não houve apenas uma lesão de trânsito, ele assumiu o risco de matar”.
Ainda, a investigação aponta, a partir de alguns testemunhos, que o acusado ingeriu bebida alcoólica e apresentava sinais de embriaguez. Aliás, bebeu antes e depois do acidente, apurou o inquérito policial, frisou o inspetor Jefferson Woyciekoski, destacando que a investigação também se aprofundou no histórico do indiciado, que possui diversas ocorrências desde 1995, sendo suspeito ou acusado de práticas de violência, muitas vezes associadas ao consumo de álcool.
Jefferson ainda destacou que a perícia confirmou que não há dúvidas que foi o carro do acusado, de 55 anos, que atropelou o ciclista, deixando-o com múltiplas fraturas, internado no Hospital Santa Cruz.
Em depoimento na Delegacia, o suspeito – que teria perdido um filho anos atrás e sofria de depressão – teria alegado que tomava antidepressivos e não recordava se na noite anterior havia ingerido, por isso decidiu tomar novo comprimido. Depois, ao alimentar um gato, teria caído e se lesionado, ingerindo mais um remédio para dor, o que teria afetado sua memória para tudo o que transcorreu depois.
Ossos sendo quebrados
No entanto, uma série de depoimentos foram coletados desde o acidente. Uma mulher, que não viu, mas ouviu o arrancar brusco do carro quase em frente de sua casa, foi até o local e permaneceu com o jovem para prestar o primeiro auxílio. Ela citou que a estrada é larga, passam até dois caminhões simultaneamente e o ciclista estava bem à margem. Citou que o carro parecia ter ido ao encontro do rapaz.
A vítima acredita que a primeira abordagem tenha sido cerca de 300 metros antes do atropelamento de fato e que o veículo arrancava e parava. O inspetor de polícia disse que há a convicção de que não foi um acidente normal, foi proposital, dados os relatos.
E o que mais chamou a atenção foi uma testemunha ocular que, em choque, relatou que acreditava ser uma brincadeira que estava visualizando, do veículo estar quase colado na bicicleta. No entanto, em depoimento, disse ter visto o carro passar por cima do ciclista e de dentro do próprio carro, com o ar-condicionado ligado, “escutou um forte barulho do que parecia ossos sendo quebrados, parecia que o ciclista estava sendo ‘moído’”, destaca no inquérito.
Por tudo isso, afirmou a delegada Lisandra, que se concluiu pela tentativa de homicídio com pelo menos dolo eventual, quando a pessoa assume o risco do resultado por sua conduta. Tudo isso, ainda, potencializado pela ingestão de bebida alcoólica, completou.