Iniciativa de Montenegro destaca a inserção dos apenados em tarefas úteis
Aliando trabalho prisional e inclusão social, a Susepe descobriu uma forma de também gerar economia ao Estado. Desta vez, a iniciativa que reúne todos estes fatores é a confecção das camisetas dos uniformes dos novos servidores-alunos, que passam a ser produzidas por apenados da Penitenciária Estadual Modulada de Montenegro.
O projeto prevê no total mil camisetas. Com este trabalho foi possível economizar mais de 60% em relação à compra das peças prontas. A produção iniciou no início deste mês e tem previsão de conclusão para o final da próxima semana.
A proposta surgiu do coordenador de Projetos do Departamento de Planejamento da Susepe, Gustavo Schwarz, que com apoio da diretora do Departamento Administrativo da Susepe, Liciane Mota, sugeriu a parceria. “A equipe da casa prisional me chamou para auxiliar na implantação de mais hortas no presídio. Mas, ao visitar a estrutura, conheci a oficina de costura e me surpreendi com a organização e o trabalho de qualidade que já vinham desenvolvendo. Ao retornar para a Susepe, conversei com a diretora do Departamento Administrativo e tivemos a ideia. A direção, equipe técnica e os apenados da casa prisional abraçaram a causa”, afirmou.
Produção das camisetas
Até o momento foram confeccionadas 303 camisetas para a Escola do Serviço Penitenciário (ESP), que devem ser entregues aos novos servidores-alunos da Susepe. Os 415 servidores-alunos dos cursos de formação profissional de agente penitenciário e agente penitenciário administrativo iniciaram as aulas na última terça-feira (12).
O tecido para a confecção e as tintas para a serigrafia do logotipo são comprados pela Susepe. Nos moldes para recorte e costura das peças foram fornecidos, de forma gratuita, pela empresa Entremalhas, de Novo Hamburgo. As camisetas são brancas, de algodão, e possuem sete tamanhos, que vão do PP ao EXG.
O apenado Antônio é quem coordena os demais, também ensinando àqueles que nunca costuraram a trabalhar nas máquinas. Segundo ele, são produzidas em torno de 100 camisetas por dia. “Aqui classificamos quem quer trabalhar, fazemos inclusive testes, igual a uma empresa”, relatou. Os detentos passaram por três dias de treinamento, até aprenderem o jeito correto de costurar as camisetas.
O trabalho é voluntário, das 8h às 11h e das 14h às 17h, de segunda a segunda. O benefício que os presos recebem é a remição. A cada três dias de trabalho, diminui um da pena.
Pavilhão de costura
O pavilhão de costura da penitenciária, quase uma pequena fábrica, funciona há um ano, onde são confeccionados produtos que variam de R$ 5 (como as bandanas) até R$ 220 (como o tapete de 16 mil peças). A criação do espaço surgiu da ideia de produzir mantas (cobertores) para distribuir a outras penitenciárias. Mas o trabalho foi ampliado e hoje eles produzem também nécessaires, mochilas, camas e roupas para cães, bolsas para viagem e notebook, além de moletons, bermudas e camisetas.
Para a confecção das bermudas e moletons, os presos participaram de duas oficinas com professoras da Fundação Gaúcha do Trabalho e Ação Social (FGTAS), nos meses de julho e outubro. Estes produtos são vendidos por eles mesmos, durante os dias de visita, ou por suas famílias, que fazem a venda externa.
São 12 máquinas funcionando, das quais três foram emprestadas para a produção das camisetas. A doação do maquinário foi feita pela empresa Cláudio Máquinas e os tecidos (retalhos), doados por igrejas e malharias da região.
Investimento próprio
A assistente social Ana Caroline Ferreira explica que, com o valor da vendas dos produtos, muitas vezes os presos investem em equipamentos e objetos para melhorar e continuar o trabalho. Um exemplo é a compra de uma nova mesa, que serve para fazer o acabamento das peças, como a dobra, ensacamento e distribuição.
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