Colunista

Daiana Theisen

Conversa de mãe

COLUNA

Mãe… mamãe… mãeeeeee

Publicado em: 16 de maio de 2025 às 07:10
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Da emoção das primeiras palavras ao turbilhão cotidiano que só as mães entendem, um texto afetuoso e bem-humorado para você, que é mãe!

Ainda em clima do mês das mães, se você é uma de nós, vai se identificar, tenho certeza.

Quando seu amado bebê fala a palavra “mamãe” pela primeira vez é aquela emoção, você conta para toda a família, para os amigos e todos mais que estiverem por perto. Na vez seguinte você grava, assiste muitas e muitas vezes e ainda compartilha nas redes sociais. É mesmo muito lindo e emocionante, digno de plena alegria a ser dividida, a ser multiplicada.

Passam-se alguns anos, o dia nem amanheceu ainda, e você já escuta o primeiro “mamãe” do dia. Ao longo da manhã você é solicitada mais umas 37 vezes, pelo menos.

– Mãe, vem cá.

– Mãe, quero água.

– Mãe, vem ver uma coisa.

– Mamãe… tô pronta.

– Mãe, me ajuda aqui.

– Mãe, vem brincar.

– Mãe, vou fazer xixi.

– Mamãe, posso ligar a TV?

– …

E tem aquelas vezes em que você ouve “manhêêêê” e vai ligeiro ao encontro da criança. Quando chega, aflita, pergunta: o que houve? E o pequeno(a) simplesmente não lembra o que queria.

Ou, ainda, a seguinte cena: você está lavando a louça (ou fazendo qualquer outra atividade) e seu filho para do seu lado e começa a repetir em sequência “mãe, mamãe, mãããããe…”. Só responder a ele não adianta, mesmo que esteja ao seu lado; é preciso parar tudo, olhar para a criança e ouvir o mais atentamente possível (antes que ela esqueça, de novo, o que queria).

Somando o dia todo, tranquilamente dá mais de uma centena de vezes em que você, mãe, é solicitada. Aí, você lembra e repete achando graça a frase que a sua mãe sempre dizia, com toda a razão e propriedade: “se eu ganhasse um real a cada vez que meu filho(a) fala a palavra mãe, eu estaria rica”.

Mesmo que seja cansativo, eu estou ‘reclamando’ afetivamente. Mãe é uma das minhas palavras preferidas, ainda mais quando dita pela minha filha.

Pode ser que às vezes eles nos tirem do sério, chamando pelo simples prazer de chamar, mas é interessante perceber que não é um privilégio meu ouvir “mãããããããe” mais de cem vezes por dia. É de todas as mães, basta perguntar para qualquer uma.

E quando o silêncio impera por muito tempo, a gente até estranha e já vai ao encontro da criança, perguntando: filhaaaaaa, tá tudo bem?

Coisa de mãe mesmo.