Preocupação é com a migração de pessoas para outras cidades sem atualização no sistema e até mesmo casos de indivíduos já falecidos que seguem no cadastro
A Prefeitura de Santa Cruz do Sul está realizando um levantamento detalhado dos cadastros do Bolsa Família e demais benefícios vinculados ao Cadastro Único (CadÚnico). Em entrevista à Arauto News 89,9 FM, a coordenadora do CadÚnico e Bolsa Família da Secretaria de Desenvolvimento Social e Inclusão, Luci Rodrigues, explicou que a iniciativa tem como objetivo identificar possíveis irregularidades e garantir que o auxílio chegue a quem realmente necessita.
De acordo com a coordenadora, essa ação é determinada pelo Ministério do Desenvolvimento Social, e não apenas pela gestão municipal. A expressão ‘pente fino’ foi usada na Câmara de Vereadores, mas Luci aponta que prefere dizer que é uma averiguação criteriosa, pois não se trata de um corte indiscriminado, mas sim de garantir que os recursos sejam destinados a quem realmente precisa. “A gente não pode só chegar no sistema e colocar que vai cortar, não. Existe todo um amparo que precisa colocar em laudos sociais, porque nós podemos ser auditados a qualquer momento. Nós temos que justificar o motivo de estar tirando de ti este benefício, porque foi constatado na averiguação cadastral que existe alguma irregularidade e ela tem que ser informada. […] A gente não quer cortar nada de ninguém. Nós só queremos atender essa pessoa que realmente precisa”, colocou.
Um dos pontos de atenção da Administração é o número de beneficiários em situação de rua. Atualmente, 214 moradores de rua no município recebem o Bolsa Família. Contudo, a coordenadora afirmou que esse número pode não corresponder à realidade observada. Segundo ela, há preocupação com a migração de pessoas para outras cidades sem atualização no sistema e até mesmo casos de indivíduos já falecidos que seguem no cadastro.
De acordo com a profissional, a prefeitura tem intensificado as ações de verificação dos beneficiários, com visitas domiciliares e cruzamento de informações, pois o município está atingindo o limite de cadastros. “Nós estamos no teto. Então, tem famílias na ponta que não estão recebendo, porque tem famílias ali dentro que estão recebendo irregularmente. E a gente precisa estar realmente verificando cada uma das famílias. Essa é a nossa ideia”, disse.
Ainda, a coordenadora ressaltou que o Bolsa Família é um programa de alívio imediato e não um benefício vitalício. Por essa razão, o município tem a obrigação de promover ações que auxiliem os beneficiários a conquistarem independência financeira, como oportunidades de emprego e oficinas, para que saiam da situação de vulnerabilidade.
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