Falta de arborização em algumas quadras da região central faz motoristas circularem para encontrar espaço
Achar uma vaga de estacionamento em local com sombra, eis o desafio em Vera Cruz. A falta de arborização em algumas quadras da região central faz motoristas circularem, às vezes, uma, duas quadras a mais, para encontrar um disputado espaço embaixo de uma árvore. A situação é ainda mais complicada nos primeiros dias úteis de cada mês, momento em que o comércio se aquece com o pagamento dos salários e da aposentadoria. Condutores optam em vir mais cedo para garantir um lugar longe do sol.
O músico Ricardo Haubert levou a mãe na tarde da última sexta-feira para alguns afazeres no Centro. Demorou até encontrar uma vaga na sombra. Foi na Avenida Nestor Frederico Henn, entre as ruas Tiradentes e Thomaz Gonzaga, que estacionou seu carro. Aliás, ali é um dos lugares que mais sombra tem no Centro. E não são pelas árvores plantadas na calçada. As copas do arvoredo que está dentro de um terreno particular é que impedem a passagem do sol, ou pelo menos faz diminuir. Uma alegria aos motoristas.
No entorno de um pontos mais frequentados na Capital das Gincanas, a Praça José Bonifácio, também há sombra aos que querem estacionar. Mas Haubert e tantos outros motoristas temem o pior: o furto de veículo. “No ano passado, muitos foram os registros neste local. Tem sombra lá, mas tenho medo de que quando eu voltar, o carro já não esteja mais lá,” comenta ele, que tem no veículo dispositivos de segurança que inibem a ação criminosa.
TEM SOLUÇÃO PARA A FALTA DE SOMBRA?
A resposta para a pergunta poderia ser objetiva: tem, é só plantar árvores pelo Centro. Mas não é. Antes de colocar uma nova espécie nos passeios públicos, o ideal é atentar para uma série de fatores, de acordo com o Departamento Municipal de Meio Ambiente (DEMA), como o tanto que ela irá crescer, se irá atrapalhar a rede elétrica, se as raízes danificam a rede de água, as construções, etc. Um Plano de Arborização Urbana, que apresentasse todos esses regramentos, seria um grande passo. No entanto, ele ainda não é realidade. Hoje, é meta do DEMA concluí-lo. Há quase dois anos, o coordenador Ricardo Konzen foi a Três Passos conhecer o estudo realizado por lá. A cidade tem o mesmo porte populacional de Vera Cruz e também não possuía regramento para o plantio de árvores. Acadêmicos da Universidade Estadual do Rio Grande do Sul (UERGS) elaboraram um estudo de quais as plantas não poderiam ocupar calçadas, ficar sob a rede elétrica, etc.
Matéria da edição impressa desta terça-feira do Jornal Arauto.
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