O fato ocorreu na tarde do dia 17 de janeiro de 1990. O mormaço trouxe nuvens estranhas e vento, que foi ficando cada vez mais forte
Dois minutos bastaram para arrancar telhados, postes e árvores. O vento de 150 quilômetros por hora deixou os moradores apavorados e com muito serviço a fazer. O fato ocorreu na tarde do dia 17 de janeiro de 1990. O dia tinha sido intercalado por chuva e sol quente. O mormaço trouxe nuvens estranhas e no meio da tarde caía uma chuva acompanhada de um vento fraco, que aos poucos foi ficando mais forte e se transformou em um tufão.
Árvores e postes caíram sobre fios elétricos, casas e automóveis. Vidros foram quebrados por telhas de amianto arrancadas, antenas de televisão ficaram contorcidas e foram jogadas a metros de distância. Passado o horror, veio o silêncio, as lágrimas e a tristeza de quem assistiu a destruição sem poder fazer nada. A catástrofe marcou Vera Cruz.
Ao todo, 800 casas e prédios ficaram destelhados numa faixa de dois quilômetros da cidade, atingidos com mais intensidade. Passado o tufão, aos poucos as pessoas saíam de suas casas e locais de trabalho e ficaram atônitas ao ver os estragos. Os funcionários que atuavam em empresas atingidas acabaram sendo liberados. Também se viam voluntários para ajudar na limpeza e reposição de telhas nos pontos mais atingidos.
A força do vento também deixou 12 pessoas feridas. Na extinta empresa Arcal, onde o tufão causou uma série de estragos, cerca de 300 pessoas trabalhavam na hora em que o telhado começou a ser arrancado. Ainda que tentassem se proteger, seis ficaram feridos, alguns com fraturas, inclusive. Na antiga Verafumos, grande quantidade de tabaco armazenado ficou completamente encharcado pela chuva. A velocidade do vento chegou até a arrastar um Fusca na rua Carlos Francisco. Na época, o vice-prefeito em exercício, Ervino Schaefer, calculou que os prejuízos chegavam a algo em torno de 200 milhões de cruzados novos, e por isso decretou estado de calamidade.