Eu sei que isso vai doer. Perder é uma das coisas mais difíceis da vida. A gente não acostuma, mas a gente aprende. Lembro-me bem de quando minha mãe dizia “aprende a perder, meu filho”. Eu queria a diversão da brincadeira, mas não aceitava pagar o preço da derrota.
Eu sei que isso vai doer. Perder é uma das coisas mais difíceis da vida. A gente não acostuma, mas a gente aprende. Lembro-me bem de quando minha mãe dizia “aprende a perder, meu filho”. Eu queria a diversão da brincadeira, mas não aceitava pagar o preço da derrota. Lá se vão anos e o processo de aprendizado continua. E para toda decisão da minha vida, uma perda ou várias, principalmente se a decisão envolve mudar.
Pode ser mudar de emprego, de casa, de bairro, país ou de visual. Não importa a mudança, a única garantia que você tem é que vai perder alguma coisa. As pessoas do trabalho que se tornaram amigas. Os vizinhos que te mandam bolinho de chuva nos dias frios. Os dias quentes e ensolarados deste país tropical, abençoado por Deus e bonito por natureza. Parece triste enxergar a mudança assim, mas é melhor. Porque quando não encaramos a realidade das perdas, nos amedrontamos e não saímos do lugar. E é por isso que muitas vezes você diz “quero mudar” e continua no mesmo lugar.
Reconhecer que haverá perdas é o começo da própria mudança. Visualizar as possíveis perdas de forma consciente diminui ou elimina o apego, aquele que gera o medo e consequentemente a inércia. Um excelente exercício para este momento é projetar os cenários. Imaginar como será o futuro sem aquilo que você vai perder e sem aquilo que você pode ganhar com a mudança. De qual deles você gosta menos. Pense também no que você ganha se você mantém tudo como está e no que você ganha se promove as mudanças que deseja. O que te parece melhor?
Apaixonamo-nos por uma ideia nova, por um novo caminho ou uma nova vida. No entanto, não queremos abrir mão de nada para tornar o novo uma realidade. Mudança nunca vem sem perda. Elas andam juntas, abrindo espaço para o que virá. O ditado popular afirma “diga-me com quem tu andas e te direi quem és”. Para as transformações desejadas em nossas vidas, carreiras e projetos podemos facilmente adaptá-lo para: diga-me o que tu mudas e eu te direi o que perdes.
Aprende a perder, meu filho, diria minha mãe. Para jogar o jogo e ter a oportunidade de ganhar algo novo é preciso se abrir para a inevitabilidade de perder.
Tiago Belotte