Santa Cruz

Ex-secretário de Educação se manifesta após operação da PF investigar compra de telas interativas

Publicado em: 15 de maio de 2025 às 16:00 Atualizado em: 15 de maio de 2025 às 16:18
  • Por
    Kássia Machado
  • Foto: Paola Severo/Grupo Arauto
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    Ofensiva apura supostas irregularidades na compra dos mecanismos entre os anos de 2021 e 2023

    O ex-secretário de Educação de Santa Cruz do Sul, Wagner Machado, se manifestou após a deflagração da Operação Touch Screen, realizada pela Polícia Federal na manhã desta quinta-feira (15). A investigação apura supostas irregularidades na compra de telas interativas entre os anos de 2021 e 2023. De acordo com a PF, as telas foram adquiridas por R$ 32 mil cada, enquanto uma auditoria aponta que o custo real dos equipamentos estaria entre R$ 10 mil e R$ 25 mil por unidade.

    Em entrevista à Arauto FM 89,9, Machado ressaltou que assumiu a Secretaria Municipal de Educação em 2022, quando a pasta já contava com 125 telas adquiridas anteriormente. Segundo ele, seu papel se concentrou na distribuição e reorganização do uso dos equipamentos nas escolas. Ele não foi alvo da ação desta quinta. “Percebemos que a distribuição inicial das telas não estava organizada. Faltavam critérios claros e, como o número de unidades era limitado, priorizamos os anos finais do Ensino Fundamental. Ainda assim, sabíamos que com uma boa gestão de espaços, seria possível atender turmas do 6º ao 9º ano”, explicou.

    Com base nessa reorganização, a secretaria fez um novo pedido de compra de 60 telas adicionais, visando melhorar o acesso à tecnologia nas salas de aula desses anos. Machado destacou que a aquisição foi possível graças à economia feita durante sua gestão e que o produto já era conhecido e bem avaliado pelos professores e alunos. O ex-secretário defendeu a legalidade do processo de compra, que ocorreu por meio de adesão à ata de registro de preços, mecanismo utilizado por diversos municípios para agilizar aquisições, aproveitando licitações realizadas por outras administrações públicas. “A adesão à ata é um processo legal e visa justamente dar celeridade. Não havia mais tempo hábil para uma nova licitação no fim de 2022, e optamos por seguir um modelo que já havia sido testado e aprovado”, afirmou.

    Segundo ele, a nova compra seguiu todos os trâmites administrativos, com análise e aval da Procuradoria-Geral do Município, da Secretaria de Planejamento e da Secretaria da Fazenda, antes da assinatura final pelo prefeito. “A Educação apenas indica a necessidade. A compra em si passa por várias instâncias. Nada foi feito de forma isolada ou irregular”, garantiu. Machado também salientou estar surpreso com a investigação e reforçou que está à disposição das autoridades. “Tenho total tranquilidade quanto à legalidade das decisões tomadas enquanto estive à frente da pasta. Nunca houve intenção ou ação fora da lei. Se há algo de errado, que seja investigado, mas desde a origem dessa ata, não nas adesões feitas por outros municípios”, destacou.

    Machado também saiu em defesa do ex-secretário que o antecedeu, José Miguel Wenzel, classificando-o como um profissional comprometido e de carreira respeitável. A reportagem tentou contato com Wenzel, mas não obteve retorno até o fechamento desta matéria.

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    “Responsáveis devem ser investigados”

    O ex-secretário reforçou que, se for comprovada alguma irregularidade na origem da ata que deu base às aquisições, os responsáveis devem ser identificados e os prejuízos, ressarcidos. “Se lá na gênese do processo houver erro, todos os municípios que aderiram também foram enganados. A responsabilização deve recair sobre quem deu causa, não sobre quem aderiu de boa fé”.