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Santa-cruzense Maria Eduarda é prodígio no xadrez

Publicado em: 15 de maio de 2023 às 17:59 Atualizado em: 13 de março de 2024 às 10:02
  • Por
    Guilherme Bender
  • Fonte
    Jornal Arauto
  • Foto: Jornal Arauto / Guilherme Bender
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    Jovem enxadrista já representa o Brasil e o Rio Grande do Sul em campeonatos nacionais e internacionais

    Maria Eduarda Tischler Lema Garcia, de apenas oito anos, passa por cima da pequena idade e acumula conquistas estaduais, nacionais e internacionais. A enxadrista mirim venceu no início do mês o Campeonato Brasileiro Rápido Sub-10 Feminino e o Campeonato Brasileiro Rápido Sub-10 Feminino, no Festival da Criança, Fenac e no Festival Nacional da Juventude e Juvenil, Fenaj, que complementaram a carreira que, apesar de jovem, já é muito vitoriosa.

    Apenas o início

    De acordo com o pai, Eduardo Vandré, o interesse de Maria Eduarda pelo xadrez começou de forma bem proativa aos quatro anos de idade. “Eu jogo todos os dias, sempre tive tabuleiro na sala. Ela me viu jogando e perguntou o que era. Expliquei e ela disse ‘me ensina?’. Mostrei como era o jogo, os seus objetivos e princípios e ela nunca mais parou de jogar. Todos os dias, quando me via já dizia: ‘Pai, vamos?’. Em pouco tempo eu já estava ‘treinando’ ela seriamente.”, relata Eduardo.

    A estreia da menina em competições foi logo em um tradicional certame de xadrez, no Floripa Chess Open em 2022, que ocorre anualmente em Florianópolis, Santa Catarina.

    Além dos dois últimos títulos nacionais conquistados por Maria Eduarda em maio, a enxadrista possui outro no seu ano de estreia, em 2022, quando conquistou o Campeonato Nacional Sub-8. Mas se engana quem pensa que os troféus se limitam ao território do país. Ainda em dezembro do ano passado, no Paraguai, ela venceu o Campeonato Sul-Americano, o que coroou os primeiros passos de uma jornada que promete ver numerosos primeiros lugares.

    Mudança

    Com uma atleta vencedora dentro de casa, a rotina do pai Eduardo Vandré e da mãe Tiana Tischler mudou rapidamente. “A nossa vida mudou muito do ano passado para cá, por causa do ritmo de treinos, viagens e torneios. Tivemos que nos adaptar às exigências de uma atleta de alto rendimento, sendo ela tão jovem, criança. É tudo muito novo para nós, mas estamos muito felizes, sobretudo, porque ela está muito feliz”, frisa o pai. “Eu e minha esposa precisamos ficar relembrando que ela é campeã brasileira, sul-americana e levando o nome do RS para fora do Estado e do país, porque parece um sonho. Quando comecei a treinar ela, eu sentia que ela estava fora da curva, mas as confirmações vieram só com os títulos”, conta Eduardo, que destaca a paixão da filha pelo “clima” dos torneios e amigos feitos nas viagens.

    Treinamento

    Além de praticar em casa com o pai, Maria Eduarda também tem uma rotina de treinos no Colégio Mauá e online para as disputas profissionais.

    No educandário, ela é instruída pelo professor Flávio Henrique Schedler, que destacou o crescimento da menina diante do xadrez. “A evolução se transformou em uma busca pela precisão das jogadas e entendimento das informações estratégias dos adversários em tempo real durante o jogo”.

    O outro professor, o GM Alexandre Diamant, é um dos 14 grandes mestres do xadrez no Brasil o qual também é um grande sonho de Maria Eduarda, titulação mais alta que um enxadrista pode receber no mundo. Ele ministra as aulas de forma virtual, que ocorrem diariamente. “O tempo todo ele está treinando, fazendo exercícios e a lição de casa dela”, comenta. “O foco aumenta ainda mais quando está em torneios”.

    Para Diamant, a evolução de Maria Eduarda e de outros jovens enxadristas cresce de forma rápida e contínua. “Crianças melhoram de forma exponencial no xadrez. Ela melhorou muito desde que começou e vejo esta tendência seguindo por muitos anos”, afirma. As viagens, contudo, são bastante dependentes de patrocínios.

    Além dos tutores, Maria Eduarda possui grande admiração pela Mestre Fide Juliana Terao e pela Mestre Internacional Feminina Regina Ribeiro, ambas brasileiras.