Os apóstolos de Jesus eram simples pescadores, transformados em pregadores, que inacreditavelmente difundiram sua doutrina ao mundo
O Domingo de Ramos marcou o início da Semana Santa e lembra a entrada triunfal de Jesus em Jerusalém. Nesse dia, montado em um burrinho, Jesus foi recebido com aclamações de “hosana”, como o Messias esperado para libertar o povo de Israel.
Quando tivemos a ventura de visitar a Terra Santa, fomos de Belém a Nazaré e ao Mar da Galileia, do Rio Jordão ao Mar Morto, da Igreja da Anunciação ao Santo Sepulcro. Visitamos os lugares onde Jesus viveu e onde realizou os milagres. De Cafarnaum à Igreja das Bem Aventuranças e da Dormição de Maria.
No roteiro estava prevista a visita ao Horto das Oliveiras ou Jardim do Getsêmani. Este é um dos lugares cuidado pelos Franciscanos da Igreja Católica Romana, sendo que os demais são divididos entre outros ramos evangélicos e cristãos, como a Igreja Ortodoxa Grega e Igreja Ortodoxa Russa.
Quando chegamos ao sopé do Monte das Oliveiras, além da igreja construída no local, onde Jesus orou antes de ser preso, encontramos as velhas e centenárias oliveiras retorcidas, alguma talvez do tempo de Jesus, e ainda produzindo frutos!
Dali se avista a majestosa Jerusalém e o que restou do templo por duas vezes destruído, o muro das lamentações, reverenciado pelos Judeus.
A tradição judaico-cristã tem significados diferentes.
Conhecida pelos judeus como Pessach, que significa passagem, a Páscoa judaica é uma tradição milenar, que relembra a libertação do povo hebreu da escravidão no Egito.
Os apóstolos de Jesus eram simples pescadores, transformados em pregadores, que inacreditavelmente difundiram sua doutrina ao mundo.
As profecias do Antigo Testamento prediziam a chegada do Messias, nascido da casa de Davi, que libertaria o povo de Israel, agora sob jugo romano.
Esperava-se um rei. No entanto, nasceu numa simples manjedoura, cercado de pastores e animais.
Suas pregações eram revolucionárias para a época, inclusive com relação às mulheres, que não eram aceitas nem como testemunhas. No entanto, sente-se que procura valorizar a mulher em todos os incidentes, inclusive na primazia de sua aparição ressuscitado.
Condena e afronta os sacerdotes na mercantilização do Templo e suas bancas de oferendas e, ao contrário da regra da Lei do Talião – olho por olho, dente por dente –, prega que se ofereça a outra face.
O sermão da montanha, e suas bem aventuranças, é uma peça literária de elevado valor, que merece uma leitura atenta e profunda meditação.
O novo mandamento – amai ao próximo como a ti mesmo – é de uma profundidade ímpar, ainda não bem compreendido por muitos que não o aceitaram como o Salvador.
Entre seus discípulos havia Judas Iscariotes, não por acaso o tesoureiro no grupo apostólico. Noticiam as escrituras que ele “metia a mão na bolsa” e fez duras críticas à irmã de Lázaro, por desperdiçar valioso unguento nos pés de Jesus, que poderia ser vendido para “distribuir aos pobres”.
Trinta moedas de prata, depois jogadas no Templo, foi o preço da traição de Jesus. Após o cenáculo, onde instituiu o Sacramento da Ceia do Senhor, Jesus recolheu-se ao Horto das Oliveiras, onde foi aprisionado.
O que se seguiu foi de extremo sofrimento. Humilhado, julgado, preterido em favor de um salteador, extremamente ferido, foi pregado à uma cruz onde, após lenta agonia, expirou.
Parecia o fim.
No entanto, ao terceiro dia ressuscitou em sua imensa glória, vencendo a morte. A cruz, que era o símbolo da humilhação dos condenados, tornou-se o símbolo mágico que guia os cristãos por todo o mundo.
O “teco teleco teco” de minha infância de sacristão, nas cerimônias da sexta-feira santa, dá lugar ao tilintar da sineta e dos sinos anunciando a boa nova.
FELIZ PÁSCOA A TODOS!
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