Quarterback da Matilha dos Vales, conta trajetória no futebol americano e projeta o futuro no esporte
Um futebol diferente, jogado com as mãos. Uma bola estranha, oval e aerodinâmica, difícil de chutar. Embora ainda distante da popularidade dos principais esportes do país, o futebol americano tem crescido a cada ano no Brasil.
Especificamente na região, um dos principais nomes para a difusão da, por muitos, confusa modalidade, é Aramins Goulart, quarterback (QB) da Matilha dos Vales, equipe que representa a união do Santa Cruz Chacais com os Bulldogs de Venâncio Aires.
O começo e evolução
Além de atleta, Aramins Goulart é professor de inglês em Santa Cruz do Sul. E a profissão exercida só foi possível por conta do futebol americano. “O esporte me trouxe muitos amigos, viagens e coisas positivas. Me motivou a aprender um segundo idioma, e isso teve um grande impacto na minha vida pessoal”, ressalta.
O QB conta que o interesse pelo futebol americano veio quando o esporte ainda era desconhecido para ele. A paixão pela bola oval, no entanto, nasceu quase junto com o clube que representou por tantos anos. “Comecei a jogar após o convite de um amigo e atual presidente da Matilha, Jeancarlo Weschenfelder da Silva. Em 2007, no recém fundado Santa Cruz Chacais”, lembra. “Na época a informação ainda era limitada, mas logo virei fã do esporte conforme tomei conhecimento. É espetacular”, salienta.
Aramins desta que uma das motivações a entrar nesta aventura foi já ter praticado outro esporte quando jovem. “Eu lutava Taekwondo WTF e isso fez minha curiosidade falar mais alto”.
Sempre dando ênfase ao poder de cunho social do esporte, Aramins acredita que o futebol americano ainda precisa de investimento para ganhar mais destaque na região. “O esporte sofreu muito na pandemia e a fusão do Bulldogs e Chacais foi um passo positivo para crescermos e retomarmos o futebol americano aqui, mas ainda falta investimento para competir em alto nível. A Matilha impacta na vida de muitos jovens positivamente”, ressalta.
Quarterback
Uma equipe de futebol americano possui, em média, 53 jogadores. Divididos em ataque, defesa e times especiais, a posição de mais destaque é a de quarterback. É ele que lê as jogadas, guia o ataque, lidera o grupo, passa a bola e até mesmo corre com ela quando necessária. Se no futebol um time começa pelo goleiro, um bom time de futebol americano precisa ter um bom QB.
“Ter a confiança dos seus companheiros e fazer o seu melhor para levar seu time à vitória são qualidades indispensáveis”, explica. “Quarterback é uma posição complexa, mas o perfil de cada jogador varia. Alguns exercem liderança técnica, outros pela oratória, perfis diferentes”, salienta.
Ele ainda lembra a dificuldade de decorar o livro de jogadas, que por vezes tem centenas de comandos que os outros jogadores devem executar à orientação dele. São rotas (caminhos que os recebedores percorrem), bloqueios da linha ofensiva, que protege o QB, dentre tantos outros sobre a responsabildiade do líder.
Em conquistas ele destaca o título invicto da Copa Sul em 2015, com o Santa Cruz Chacais. “Foi algo que marcou a equipe e ter sido um dos líderes daquele grupo foi e ainda é gratificante”, comemora. “E certamente pretendo ver a Matilha chegando a títulos, com calma e trabalho chegaremos lá”, projeta.
Aramins havia se aposentado dos campos e exercido apenas o comando técnico ainda em 2017 mas, com a fusão dos Bulldogs e Chacais, decidiu voltar a campo para passar experiência e orientar os mais jovens. “Quero que eles evoluam e me forcem a ficar apenas na lateral”, disse. “Conheço o sistema de jogo muito bem e isso facilita a execução das jogadas, apesar dos anos parados darem uma enferrujada”.
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