Dra. Fátima Cleonice de Souza explica como o tema é considerado um grave problema de saúde pública
Junho é o mês da conscientização contra a Obesidade Mórbida Infantil. No Brasil, cerca de 350 mil crianças acompanhadas pelo Sistema Único de Saúde (SUS), com idades entre 5 e 10 anos, são obesas. Os dados são da Política Nacional de Alimentação e Nutrição (PNAN). Desde 2022, inclusive, a obesidade é considerada um problema de saúde pública.
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), a estimativa é de que até 2025 o Brasil tenha mais de 11 milhões de crianças obesas, caso as autoridades e a sociedade como um todo não encontrem, urgentemente, soluções viáveis para o problema.
O que define uma criança obesa é o Índice de Massa Corporal (IMC), calculado a partir da relação entre peso e altura (divisão). Crianças com o percentual de IMC acima de 95 são consideradas obesas. "O que preocupa é a tendência de aumento. No passado a obesidade era um fenômeno concentrado principalmente entre adultos, mas aos poucos ela foi atingindo também os adolescentes, as crianças mais velhas e agora as de menos de 5 anos", destaca a médica pediatra, Dra. Fátima Cleonice de Souza.
De acordo com a médica, é importante que a alimentação da criança seja diversificada desde cedo e que os alimentos ultraprocessados sejam evitados. "A cultura familiar é muito importante, pois as crianças consomem os alimentos oferecidos pelos pais e seguem as regras da casa", explica a Dra. Fátima. "É durante a infância que muitos dos hábitos alimentares que levamos para toda a vida são formados. E muito do que é aprendido pela criança é absorvido por meio da observação", comenta.
Uma alimentação saudável, a prática de atividades físicas e consultas regulares com o pediatra são fatores que podem prevenir o problema. "Há uma cultura de só levar os filhos ao médico em casos de emergência, mas o ideal é acompanhar a evolução da altura e do peso com visitas regulares", salienta a médica.
Segundo a Dra. Fátima, crianças com obesidade correm riscos de desenvolverem doenças cardíacas, hipertensão, diabetes, doenças articulares, entre outras. “Crianças obesas têm ainda mais chances de se tornarem adultos obesos”, diz.
Alguns comportamentos depois do período de isolamento da pandemia também são decisivos para o aumento dos casos de obesidade infantil. "A falta de gasto energético nas brincadeiras ao ar livre, na escola e também a suspensão dos exercícios físicos, associados ao maior tempo em frente às telas, contribuíram muito para o problema", comenta a pediatra.
Contato
A Dra. Fátima Cleonice de Souza faz parte do Corpo Clínico do Hospital Ana Nery, em Santa Cruz do Sul. A profissional também atende em consultória no Centro das Clínicas, na Rua Fernando Abott, 391, no Centro, além de ser professora do curso de Medicina na Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc).
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