Política

“Vocês acham que eu preciso fazer isso? Jamais vou tirar dinheiro de assessor”, diz Crestani sobre rachadinha

Publicado em: 14 de maio de 2020 às 14:40 Atualizado em: 22 de fevereiro de 2024 às 09:39
  • Por
    Milena Bender
  • Fonte
    Portal Arauto
  • Foto: Jacson Miguel Stülp/Divulgação
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    Parlamentar denunciado pelo MP foi ouvido pela Comissão Parlamentar Processante na tarde desta quinta

    O vereador Alceu Crestani (PSD) foi a última das 19 testemunhas ouvidas no processo que pode culminar na cassação de seu mandato. O depoimento foi prestado à Comissão Parlamentar Processante (CPP) do Legislativo de Santa Cruz na tarde desta quinta-feira (14) e fecha a primeira fase da ação que apura a conduta do parlamentar. Crestani foi denunciado pelo Ministério Público (MP), acusado de suposta exigência de parte de salário dos assessores, a popular rachadinha, e também manutenção de servidor fantasma. 

    Crestani iniciou seu depoimento esclarendo fatos sobre a contratação e demissão de servidores em seu período como presidente da Casa Legislativa até o momento atual. Questionado sobre a denúncia de divisão de salários, Crestani afirmou que jamais cometeu algo do tipo. "Estou sendo muito injustiçado com essa denúncia, eu e minha família estamos sofrendo muito. Vocês acham que eu preciso fazer isso? Tenho uma vida inteira dedicada à comunidade, fui professor por 47 anos, auxilio as pessoas a ter uma qualidade de vida melhor. Jamais vou tirar dinheiro de assessor, eu não preciso disso", disse.

    A CPP também fez questionamentos ao vereador com base no depoimento de Paulinho Lersch, prestado nesta quarta-feira (13), onde ele afirmou que outros vereadores faziam a rachadinha na Câmara. "Não me preocupei com o que ele disse, porque eu não fiz nada disso", ressaltou.

    Assessor Fantasma

    Quanto ao caso do “assessor fantasma”, Crestani lamentou a forma como o caso foi tratado. Ele explicou que o fato da existência de um gabinete na residência do seu assessor em Monte Alverne, tinha o intuito de receber melhor a comunidade da região. “Eu tenho o prazer de receber as pessoas na minha casa, mas como sempre estava fora, nós montamos esse gabinete para que as pessoas pudessem fazer as reivindicações diretamente ao Júlio, que depois ele repassava a mim”, salientou.

    O vereador ainda foi questionado quanto ao cumprimento de horários do assessor dentro da Casa Legislativa. “Quando ele não tinha serviço nas comunidades, ele vinha para a Câmara. Naquela época, inclusive, não tinha registro de ponto e não tem lei específica para isso até hoje. Muitas vezes os assessores passam dos horários por nos acompanhar em outras atividades. Mas ele sempre me dizia o que fazia, para onde ia, era uma pessoa muito dedicada, nunca foi fantasma”, considerou.

    Crestani finalizou seu depoimento dizendo que acredita ser inocentado. “Sempre preservei a verdade e não fiz nada contra as leis. Nunca ganhei nada de ninguém, lutei e trabalhei muito para ter o que tenho. Meu tempo livre sempre foi dedicado às comunidades do interior, muitas vezes até usei do meu recurso para ajudá-los. Meu trabalho é sério e tenho certeza que vou sair inocentado e vitorioso”, concluiu.