A origem dos presépios se deu em 1223, através de uma pregação de São Francisco de Assis, ao criar teatro para mostrar como teria sido o nascimento de Jesus
No mês de dezembro eu respiro Natal. Não é exagero. Pois eu tenho que confessar que nestas minhas andanças como jornalista, produzindo especiais de Natal por tantos anos para o impresso, me deparei com muitas histórias e muitas cenas inspiradoras. Sim, eu fico um tempo admirando o pinheiro e, especialmente, quando tem um presépio. Um bom exemplo é a foto que usei para ilustrar essa publicação, de um presépio gigante, na verdade, um mini mundo, como costumo chamar, montado em uma casa em linha Santa Cruz, descoberto para uma matéria ao Jornal Arauto.
Desde pequenininha aprendi, talvez através do presépio, a história dos reis magos, da estrebaria e do nascimento do menino Jesus. Eu sempre adorei como a mãe e a vó arrumavam, plantavam arroz, pegavam o espelho para fazer que era um lago, moldavam o papel de presépio na frente das caixas para ganhar formato de caverna e, claro, espalhar a barba de pau que buscávamos no mato. Não podiam faltar as pedras de rio para dar o acabamento.
Tudo isso fez parte da magia da festa e eu fui admirando. Ao dar uma pesquisadinha sobre a origem do presépio, li que o mais antigo do mundo está em um sarcófago de 350 d.C. localizado a 100 km de Roma, na cidade de Boville Ernica. Trata-se de um sarcófago cristão primitivo do século IV que está preservado na igreja de San Pietro Ispano, em Boville Ernica (província de Frosinone).
Em um dos lados do sarcófago de mármore branco, está esculpida a cena do nascimento de Cristo segundo o Evangelho. Da esquerda para a direita podem-se observar os três reis magos que levam presentes seguindo a estrela; um pastor; o boi e a mula; uma figura feminina sentada que é a Virgem Maria e Jesus. Não está São José, que apareceu mais tarde na iconografia cristã.
Este sarcófago foi descoberto em 1941, após a realização de escavações no bairro de Sasso, onde foram encontrados restos de uma villa romana e, após obras de restauração, está preservado na igreja de San Pietro Ispano, desde 1947.
Pois bem, dizem que a tradição de montagem do presépio vem sendo esquecida. Espero que não. A origem dos presépios se deu em 1223, através de uma pregação feita por São Francisco de Assis, quando ele criou uma forma teatral para mostrar às pessoas como teria acontecido o nascimento de Jesus. Com autorização do Papa da época, construiu um cenário vivo, impressionando a todos que viam a cena.
O termo vem do latim Praesaepe, que significa estrebaria ou curral. A presença do Menino Jesus no estábulo demonstra a grandeza de Deus representada na fragilidade de uma criança. Hoje existem presépios de todos os tamanhos, jeitos e formas – de barro, de madeira, porcelana, casca de coco, pinhão, conchas, areia, palha de milho, osso, pano, ferro, tijolo e até de chocolate. Do mais simples ao mais luxuoso. Tanto faz, o mais legal é preservar a tradição e ainda: espalhar o significado de geração para geração, para que isso nunca se perca.