Colunista

Moacir Leopoldo Haeser

As Olimpíadas de Paris

Publicado em: 13 de agosto de 2024 às 07:37
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A reverência das duas atletas americanas, no pódio, à maior medalhista brasileira da história é uma cena que jamais será esquecida

A história dos jogos olímpicos remonta à antiga Grécia e eram realizados em homenagem aos deuses gregos. Os constantes conflitos entre cidades-estados eram interrompidos para a realização dos jogos na cidade de Olímpia, desde 776 antes de Cristo. Exclusiva dos homens, eram praticados o atletismo, pugilato, pentatlo, corrida de bigas e pancrácio, uma mistura de luta livre e boxe.

Depois de longa interrupção, os jogos da era moderna foram criados pelo historiador e pedagogo francês Pierre de Frédy, mais conhecido por Pierre de Coubertin, unindo todos os povos em uma celebração esportiva.

Criado o Comitê Olímpico Internacional (COI), em 1894, já em 1896 ocorreu a primeira edição dos Jogos Olímpicos em Atenas, escolhida para homenagear os Jogos Olímpicos da Antiguidade.

Com a finalidade de estimular a competição saudável entre os povos, diversos países começaram a participar das Olimpíadas, que se tornou um dos principais eventos esportivos do mundo. Participaram 14 países e 241 atletas em Atletismo, ciclismo, esgrima, ginástica, halterofilismo, luta, natação e tênis.

As Olimpíadas só não foram realizadas nos anos de 1916, por causa da Primeira Guerra Mundial, e em 1940 e 1944, devido à Segunda Guerra Mundial.

Inicialmente privilégio dos homens, no decorrer de suas edições foi aumentando a participação feminina, porém somente em 2012, todos os países participantes dos jogos enviaram atletas mulheres. O nadador dos Estados Unidos, Michael Phelps, com suas 28 medalhas, é o atleta que conquistou mais medalhas olímpicas da história.

Um fenômeno que vem sendo observado em outras atividades no Brasil, como o do direito e a medicina, foi registrado nos jogos de Paris deste ano. A delegação brasileira é composta por mais mulheres do que homens e, pela primeira vez na história, as mulheres conquistaram mais medalhas para o Brasil do que os homens

É interessante como o esporte reflete o estágio de desenvolvimento econômico das nações, despontando Estados Unidos e China com o mesmo número de medalhas de ouro (40), predominando a nação americana com maior número de medalhas de prata e bronze, seguido de Japão, Austrália, França, Países Baixos e Grã-Bretanha.

Com seu 20º lugar – três medalhas de ouro e 20 no total – o Brasil até não fez feio, aguardando a aprovação pelo Congresso Nacional da Medida Provisória da Presidência da República que isenta de taxação os prêmios dos atletas. A reverência das duas atletas americanas, no pódio, à maior medalhista brasileira da história, Rebeca Andrade, com suas quatro medalhas – um ouro, duas pratas e um bronze – é uma cena que jamais será esquecida. Já a prata brasileira, no futebol feminino, foi um exemplo para os homens, que nem se classificaram para as olimpíadas.

Ao longo da história moderna foi inevitável a mistura de esporte com política, com boicotes e proibições de participação de alguns países nas olimpíadas. Este ano foi a exclusão da Rússia e Belarus em razão da invasão da Ucrânia, podendo os atletas participarem, mas sem a bandeira do País.

As Olimpíadas de Munique também ficaram marcadas pela ação terrorista do grupo Setembro Negro, com a invasão da Vila Olímpica, que terminou no massacre de onze atletas judeus.

A controvérsia sobre o suposto quadro da Santa Ceia, da cerimonia de abertura, encenado por Drag queens, inspirada nos deuses gregos e celebrando Dionísio, acabou superada pelas disputas esportivas, concluídos em paz os jogos nas diversas modalidades, agora rumo a Los Angeles, Califórnia, em 2028, na costa oeste dos Estados Unidos da América.