Política

Saiba o que disse Paulinho Lersch em depoimento nas CPPs de Schneiders e Crestani

Publicado em: 13 de maio de 2020 às 16:17 Atualizado em: 22 de fevereiro de 2024 às 09:38
  • Por
    Milena Bender
  • Fonte
    Portal Arauto
  • Foto: Arquivo/Câmara de Vereadores
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    Ex-vereador lamentou o período preso e falou o que ouvia a respeito sobre a divisão de salários na Câmara. Oitiva ocorreu de dentro do presídio nesta quarta

    Após quase um ano preso, o ex-vereador Paulo Henrique Lersch prestou depoimento para as Comissões Parlamentares Procesantes (CPP) que apuram as condutas dos vereadores Elo Ari Schneiders e Alceu Crestani, ambos do PSD. A oitiva do ex-vereador, arrolado como testemunha e acusação, ocorreu de dentro do Presídio Regional de Santa Cruz do Sul na tarde desta quarta-feira (13).

    Assim como Lersch, Schneiders e Crestani foram denunciados pelo Ministério Público (MP) por irregularidades praticadas na Câmara, dentre elas, a divisão de salários dos servidores, conhecida como rachadinha. Questionado pelas comissões sobre a prática, o ex-vereador negou conhecimento de qualquer outro parlamentar da casa. "Eu ouvia nos corredores da Câmara que era uma coisa comum entre os colegas, mas nada de provas concretas e nem de quem seria, ouvia num geral", afirmou.

    Na mesma linha, Lersch foi questionado sobre um depoimento prestado ao MP dois meses após ter sido preso preventivamente, onde ele teria denunciado outros vereadores que, supostamente, também praticavam a rachadinha. Segundo ele, que na época aguardava o resultado de um pedido de liberdade, o objetivo foi colaborar com as investigações, mas também a busca por uma possível soltura. "Eu fui ao MP com o objetivo de auxiliar. É óbvio que qualquer pessoa nessa situação que estou cria uma expectativa de obter a liberdade. Temos uma expectativa todo dia de sair daqui de dentro. Não é fácil, ninguém tem noção disso aqui", explicou, emocionado.

    Ainda, de acordo com ele, não houve intenção alguma de prejudicar algum ex-colega, apenas de informar a promotoria o que ele tinha conhecimento. "Como já disse, só ouvia coisas nos corredores e não tenho provas contra ninguém, além disso cabe ao judiciário investigar. Não tive benefício algum por estar colaborando com a justiça, até porque na época já tinha renunciado. Estou em um presídio há 11 meses e sempre tive uma boa conduta aqui dentro. O Senhor está me dando força para superar cada dia", concluiu.