Pediatra Clarissa Aires Rosa fala sobre os riscos do uso de energéticos pelas crianças que se excedem na noite e não dormem um sono adequado
Clarissa Aires Rosa é a entrevistada desta edição. Pediatra, ela vai falar sobre os riscos do uso de energéticos pelas crianças que se excedem na noite e não dormem um sono adequado.
Ela conta que as bebidas energéticas ainda são vendidas sem haver um devido controle. Para que se tenha uma ideia, em maio de 2022 a Sociedade Brasileira de Pediatria lançou um alerta sobre o uso de bebidas energéticas por crianças e adolescentes, pelo risco que a ingestão da bebida traz.
“Existe, inclusive, um projeto de lei tramitando e propondo que haja a limitação de venda do produto para pessoas com menos de 18 anos”, revelou a pediatra, pois é uma bebida que pode ser consumida por adultos. Segundo ela, não existe um padrão seguro de consumo para crianças. “Por conter cafeína, estas bebidas, se consumidas em excesso, podem provocar sérios riscos à saúde, aumentando a pressão arterial, causando taquicardia, alterações de humor, ansiedade e, inclusive, levando à dependência”, alertou.
Não há informações no Brasil ainda, mas nos EUA, em torno de 31% das crianças de 12 a 18 anos consomem rotineiramente este tipo de bebida, “um dado alarmante”, considerou a pediatra, porque se acredita que o Brasil apresente índices muito parecidos. “O consumo desregrado de energéticos influencia não apenas no crescimento, mas também no desenvolvimento, no risco de desenvolver doenças como ansiedade, depressão, risco de suicídio, obesidade, atraso no aprendizado, um ciclo vicioso muito deletério para as crianças”, ponderou.
Os energéticos oferecem uma sobrecarga de energia que possui efeito rápido no organismo, não tem efeito duradouro. O cuidado deve ser relacionado ao uso rotineiro ou então associado a bebidas alcoólicas. Em crianças, abaixo de 18 anos, não há um nível seguro de consumo de bebidas energéticas, por isso a existência do projeto de lei que pretende autorizar a venda do produto para maiores de 18 anos. “O ideal é que menores não consumam bebidas energéticas”, afirmou.