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Estudantes de Medicina e residentes poderão ter apoio psiquiátrico gratuito

Publicado em: 12 de abril de 2018 às 12:11 Atualizado em: 20 de fevereiro de 2024 às 08:50
  • Por
    Kethlin Nadine Meurer
  • Fonte
    SENADO FEDERAL
  • Foto: Pixabay/Divulgação
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    Projeto é da senadora Maria do Carmo Alves (DEM-SE)

    A Comissão de Assuntos Sociais (CAS) aprovou nesta quarta-feira (11) projeto da senadora Maria do Carmo Alves (DEM-SE) que dá a médicos residentes e a alunos de Medicina direito a assistência psiquiátrica e psicológica gratuita por parte das instituições a que estejam vinculados. A decisão foi terminativa e, por isso, a proposta  (PLS 157/2017) pode seguir à  Câmara dos Deputados se não houver recurso para análise pelo Plenário.

    Segundo o Senado Federal, a relatora do projeto, senadora Lídice da Mata (PSB-BA), lembrou que questões relacionadas à depressão e ao suicídio entre estudantes de Medicina foi tema do 2º Encontro Nacional de Conselhos de Medicina, em 2016.

    Lídice citou a psiquiatra Alexandrina Meleiro, da Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP), que apontou durante o encontro estudos internacionais indicando que a proporção de médicos que se suicidam é cinco vezes superior à proporção média de suicídios da população em geral.

    A senadora também mencionou um estudo da psicóloga Fernanda Brenneisen Mayer, da Universidade de São Paulo (USP), que envolveu 1.350 estudantes de Medicina de 22 escolas médicas do país. Esse levantamento demonstrou que 41% dos estudantes apresentavam sintomas depressivos e 81,7%, estado de ansiedade. Outros sintomas frequentemente relatados foram distúrbios do sono, irritabilidade, cansaço e elevada autocobrança.

    A proposta da senadora Maria do Carmo foi apresentada em abril do ano passado. Na ocasião, ela citou reportagem da Folha de S. Paulo relatando seis tentativas de suicídio num espaço de 4 meses entre estudantes de Medicina da USP.

    "Reportagens sobre o tema têm demonstrado que os estudantes, muitas vezes, sentem-se frustrados por não terem a quem recorrer. O sentimento de desamparo favorece o aprofundamento da ansiedade e da depressão, cuja gravidade pode motivar o suicídio", escreveu Maria do Carmo na justificação da proposta.