Divertidamente, eu vi lições

Não se vê outra coisa. Nas redes sociais, basta rolar o feed para encontrar memes e publicações que fazem relação com a mais recente animação da Disney Pixar. Divertidamente ou Divertida Mente 2 é o filme da vez entre as crianças – pelo menos por aqui. Desde que viu que o lançamento aconteceria em junho deste ano, Amanda já pediu para que fôssemos assistir no cinema e virou assunto até na escola.

Eis uma prática que gostamos muito: assistir filmes, animações. Também é uma maneira de criar memórias. E se mais do que entreter, o filme nos ensina, nos faz pensar, nos deixa uma lição, melhor ainda. Esse, em específico, vem a calhar, porque lidar com as emoções é desafio – e aprendizado – para toda a vida.

Mas eu confesso: não sei se estou – e se algum dia estarei – preparada para ver diminuir a “ilha” da família. Quem assistiu ao filme, entenderá.

Ele é uma continuação do anterior (se você ainda não viu, fica a dica), mas agora a personagem principal, a Riley, já está com 13 anos, ou seja, entrando na adolescência. E com ela, você sabe, uma enxurrada de novos e diversos sentimentos. Vale assistir, demos muitas risadas mesmo após, identificando em nós alguns personagens (as emoções) que vimos na animação. Chama a alegria que o tédio está tomando conta! São quatro novas: inveja, vergonha, tédio e ansiedade. Elas se unem à alegria, raiva, ao medo e a nojinho do primeiro filme.

O cérebro e a mente são representados de maneira lúdica, compreensível. Como se fosse uma sala de controle, com uma mesa cheia de botões, as emoções ganham vida, corpos, características, são coloridas e engraçadinhas e assim humanizadas vão controlando os estados de espírito da personagem principal. Não se preocupe, não contarei aqui a história. O spoiler termina neste momento.

Ainda que seja um filme livre, ou seja, adequado a todas as idades, ficam lições também para todas as idades. Uma delas é que, na medida em que crescemos, nossas emoções vão ficando mais e mais complexas. Ainda, as emoções que sentimos tornam as nossas memórias inesquecíveis. E, no fim das contas, o mais importante é o significado que damos para cada momento, cada memória vivida.

Qualquer emoção sentida de maneira desequilibrada é ruim, outro ponto forte na animação. Assim como a pressão para que estejamos sempre felizes, alegres.  Devemos reconhecer e valorizar tudo aquilo que sentimos, aceitar que os sentimentos ditos ruins também são parte daquilo que somos e necessários para o nosso equilíbrio. Por exemplo, ter medo nos protege de situações potencialmente perigosas, mas em excesso ele nos paralisa e não evoluímos. E isso, desde o tempo das cavernas.

Aceitar as emoções é vital. Conversar sobre elas também, desde a infância. Porque, no fim das contas, o mais importante é o significado que damos para cada momento, cada memória que se mantém viva na nossa ‘sala de controle’. Divertidamente traz muitas lições.