Colunista

Moacir Leopoldo Haeser

A guerra das formigas

Publicado em: 11 de junho de 2024 às 09:58 Atualizado em: 11 de junho de 2024 às 09:58
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As formigas tem uma grande importância para a natureza pois ventilam e misturam o solo, o que contribui para a difusão da matéria orgânica, aumenta a infiltração da água e mantém o ambiente saudável.

Os túneis subterrâneos colaboram para o fluxo de material e aumentam a porosidade, permitindo que o ar e a água circulem livremente, carregando nutrientes para o solo, provenientes de restos de alimentos e outras fontes, concentrando carbono, nitrogênio e fósforo, nutrientes que recuperam a vida em solos degradados.

As donas de casa, no entanto, não ficam nem um pouco satisfeitas quando aquelas formiguinhas minúsculas começam a circular pela cozinha, atacando os alimentos.

Uma invasão de formiga-correição, então, causa terror, só compreendido por quem já foi vítima deste ataque em sua casa. O pior é que não há muito o que fazer, a não ser aguardar que sigam seu caminho predatório.

Há uma série de sugestões da melhor forma de se combater as formigas. Vão desde combatê-las com vinagre, detergente, gergelim, vaselina, bicarbornato de sódio, pimenta, pó de café, hortelã, alho, cravo, canela, fumo, limão, laranja, sal, louro, arruda, talco e até giz, pois dizem que a formiga não ultrapassa a linha riscada no chão!

Para as formigas do pomar recomenda-se circular o tronco com garrafa pet, algodão ou lã amarrados ao tronco, sujos de graxa, e até espalhar farinha de milho ao redor do tronco.

Na minha infância participávamos ativamente do combate às formigas, pois um ataque de formigas cortadeiras, em determinadas árvores, poderiam matá-las em uma só noite, deixando-as desfolhadas, como me aconteceu com um pé de oliveira dias atrás.

Meu avô possuía uma máquina, com um cilindro de ferro na parte inferior, e um foles de couro na parte superior, parecido com uma plantadeira. Na parte de baixo eram colocadas brasas, tiradas do fogão, e sobre elas era colocada uma colherada de um produto tóxico que, se não estou equivocado, era arsênico.

Com o foles, a fumaça era bombeada no orifício do ninho de formigas. Logo começava a sair em outros pontos do quintal. À medida que apareciam, eram fechados, continuando o bombeamento. É muito interessante verificar a extensão de um ninho de formigas, com ramificações de túneis em todos os terrenos vizinhos.

A tarefa era encerrada quando já não se via fumaça saindo em nenhum lugar das imediações, às vezes a mais de cinquenta metros.

Nossos pais tinham muita confiança na gurizada pois muitas vezes exercíamos sozinhos esta tarefa perigosa.

Tempos atrás vi uma matéria sobre o combate à formiga ardedeira, comum em nossos jardins. Um pisar desatento em algum ninho logo fará o indivíduo arrepender-se. Suas picadas são muito dolorosas e logo vão subindo em grupos, por baixo da roupa, a ponto de precisar tirar a roupa para catar as formiguinhas.

Os animais também sofrem quando enfiam-se por baixo de seu pelo e picam-nos repetidamente.

A sugestão era pegar certa quantidade de um formigueiro e jogá-lo sobre outro, após uma remexida.

Testei e parece que realmente funciona.

As formigas começam uma batalha de morte contra as invasoras, a ponto de acabar-se o ninho.

Para aguçar a batalha eu pego um pouco desse e jogo no ninho original das outras.

Não sei se se realmente todas as formigas morrem, mas já constatei que o ninho desaparece daqueles lugares.

Qualquer semelhança com a raça humana NÃO é mera coincidência…