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Câmara Setorial cria grupo de trabalho para dialogar com governo sobre a COP 11

Publicado em: 11 de abril de 2025 às 08:18
  • Por
    Portal Arauto
  • Fonte
    Assessoria de Imprensa
  • Foto: Assessoria de Imprensa/Sinditabaco
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    Próximas reuniões de 2025 estão agendadas para os dias 16 de julho, em Brasília, e em 02 de setembro, durante a Expointer, em Esteio

    A 11ª Conferência das Partes (COP 11) esteve na pauta da 75ª reunião da Câmara Setorial da Cadeia Produtiva do Tabaco realizada nesta quinta-feira (10), no município de Cachoeira, na Bahia. Romeu Schneider, presidente da Câmara, colocou em pauta a oficialização do Grupo de Trabalho voltado às discussões sobre a COP 11, com encaminhamentos previstos junto ao governo federal, visando a participação mais ativa dos produtores de tabaco nas discussões.

    O deputado federal Rafael Pezenti esteve presente no encontro e se manifestou sobre seu projeto de lei que modifica a composição da Comissão Nacional para Implementação da Convenção-Quadro para o Controle do Tabaco (CONICQ). A CONICQ é responsável por formatar a posição brasileira levada para as Conferências das Partes, encontros realizados entre os países que aderiram à Convenção-Quadro para o Controle do Tabaco (CQCT). Em 2025, o evento será realizado no mês de novembro, em Genebra, na Suíça.

    “Atualmente, a CONICQ tem 16 membros e nenhum deles defende efetivamente os produtores de tabaco. Buscamos assento para essa representação e queremos provocar essa discussão. Participei de uma COP, no Panamá, e foi uma humilhação, uma vergonha. Mesmo com a procuração do povo, como deputado federal, não pude acompanhar uma sessão bancada com o dinheiro público”, enfatizou Pezenti.

    O presidente da Afubra, Marcilio Drescher, falou sobre o andamento da safra 2024/2025. Segundo ele, cerca de 30% da safra já está comercializada. “Com a boa produtividade, a estimativa é de uma safra em torno de 700 mil toneladas. Não se trata de uma super safra, mas sim de uma safra normal, que considera a recuperação da produtividade perdida na safra anterior e o aumento previsto da área plantada, em torno de 10%”, comentou. Ainda segundo ele, “a qualidade do tabaco parece estar dentro da normalidade em todas as regiões, fator fundamental para termos essa segurança de exportação de produto”, disse Drescher.

    Francisco Eraldo Konkol, presidente do Sindicato dos Produtores Rurais de Irineopolis (SC), lembrou da importância de o produtor observar o calendário de plantio do tabaco, visando manter a adequada qualidade e produtividade.

    Valmor Thesing, presidente do SindiTabaco, apresentou os resultados de exportação de 2024 e a expectativa para 2025. “Fechamos 2024 com um resultado extremamente satisfatório. Só não batemos o recorde em dólares por questões logísticas, mas o tabaco terminou o ano como o segundo produto na pauta de exportações de Rio Grande do Sul, atrás somente do complexo soja”, frisou Thesing. Segundo ele, pesquisa conduzida pela Deloitte estima que, em 2025, os embarques devem ser superiores aos de 2024, na faixa de 10% a 15%, tanto em dólares, quanto em volume. Entre janeiro e março, o Brasil exportou 104 mil toneladas e US$ 744 milhões, -1,78% e +12,85%, respectivamente, em comparação com 2024, segundo dados do ComexStat, do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços. China, Bélgica, Indonésia, Estados Unidos e Emirados Árabes estão entre os principais destinos no primeiro trimestre de 2025.

    Na sequência, Thesing apresentou ao grupo o Projeto Solo Protegido, iniciativa do SindiTabaco em parceria com a Embrapa. “O projeto terá duração de cinco anos e visa avanços na produção sustentável e a ampliação das boas práticas agrícolas, bem como a mensuração do carbono no solo em áreas produtoras de tabaco”, informou ao grupo. Ele também falou sobre o lançamento do programa Tabaco é Agro – Diversificação das propriedades, uma continuidade das ações que já estão consolidadas pelo setor há 40 anos. “A renda do tabaco é o que permite ao produtor fazer a sua diversificação, garantindo uma segunda fonte de receita, segurança alimentar e beneficiando também o solo das propriedades”, reforçou.

    Os impactos da reforma tributária no setor do tabaco foram abordados pelo executivo da Abifumo, Edmilson Alves. “Estamos aguardando a questão da alíquota. Não cabe mais aumentar, isso dá margem ao contrabando e ao descaminho. Esperamos que o setor não seja ainda mais prejudicado, considerando o tamanho do mercado ilegal já existente”, comentou Alves.

    O encontro foi encerrado com a apresentação de João Nicanildo Bastos dos Santos, do Departamento de Gestão de Riscos da Secretaria de Política Agrícola do MAPA, que fez uma apresentação sobre Regeneração do Solo e Oportunidades de Créditos de Carbono como Mitigador de Riscos na Cadeia Produtiva do Tabaco.

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