Covid 19

Perda de olfato e paladar está entre os principais indicativos de Covid-19, diz médica em Santa Cruz

Publicado em: 10 de dezembro de 2020 às 11:32 Atualizado em: 23 de fevereiro de 2024 às 07:40
  • Por
    Luiza Adorna
  • Fonte
    Portal Arauto
  • Foto: Arquivo/Jornal Arauto
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    Entretanto, maioria dos pacientes ainda apresenta mais dor de cabeça, dores no corpo e dor de garganta

    Com o aumento dos casos da Covid-19, torna-se ainda mais comum ouvir sobre os sintomas que a doença mais falada de 2020 provoca nas pessoas. A perda do olfato e paladar, por exemplo, passa a ganhar destaque pela particularidade durante a infecção do novo coronavírus. De acordo com a médica de Santa Cruz do Sul Clauceane Venzke Zell, embora os três principais sintomas ainda sejam dores na cabeça, no corpo e na garganta, as alterações no paladar e no olfato chamam a atenção. "São sinais bastante característicos do coronavírus. Os outros vírus que a gente já conhecia não causam isso. Então, como temos um aumento no número de casos de Covid, acabamos ouvindo mais pessoas falando sobre essas alterações", diz.

    De acordo com a médica Clauceane, já há protocolos, inclusive, que apontam que se o paciente apresenta sintoma respiratório e perda de olfato e paladar, o diagnóstico já é considerado Covid-19. "Não usamos esse critério. Nós testamos todos os que são positivados. Porém, é muito característico da doença essa questão, embora não seja uma queixa preponderante entre os pacientes que procuram atendimento médico", explica. Por isso, é importante não ignorar a perda do olfato e do paladar, assim como é necessário procurar logo o Ambulatório de Campanha. 

    Atualmente, conforme Clauceane, a maioria dos infectados em Santa Cruz do Sul são adultos jovens. Entretanto, continuam os casos de idosos e ainda há situações com crianças. Nos pequenos, os sintomas são praticamente os mesmos, como dor de cabeça, dor de garganta, coriza, tosse e dores no corpo. "Nas crianças, às vezes, é mais difícil identificar alterações no paladar e no olfato, pois eles não sabem expressar isso", comenta. A médica também destaca que nem todos os casos positivos de Covid-19 apresentam sintomas respiratórios. "Há queixas de dores abdominais, náusea e vômito. Isso também pode ser Covid. Afinal, existem pessoas que manifestam a doença de maneira atípica", ressalta. 

    Demanda no sistema de saúde

    O aumento na procura por atendimento foi percebido tanto no Ambulatório de Saúde e plantões dos hospitais quanto nos postos de saúde, UPA e Hospitalzinho. "Em todos os locais tivemos um aumento muito grande e isso tem levado ao cansaço das equipes de saúde. Então, precisamos reconhecer todo o esforço que as equipes têm feito no atendimento a todas essas pessoas. Desde segunda-feira, ampliamos o horário de atendimento do Ambulatório de Campanha. No início atendíamos 24 horas, mas reduzimos justamente porque não havia demanda tão grande. Agora ele funciona das 7h às 22h. Ampliamos em duas horas o horário de atendimento diário, justamente para dar conta de toda essa demanda que tem vindo.", salienta.

    Um ponto que ajuda Santa Cruz do Sul, segundo Clauceane, é o fato da maioria dos casos serem leves. "Poucas pessoas acabam evoluindo de uma forma negativa e isso é uma coisa bem importante", comenta. Além disso, por enquanto, não há casos de reinfecção confirmada em nosso município. "Existem alguns pacientes que lá em agosto tiveram testes positivos e que agora voltaram a ter sintomas respiratórios, mas esses exames ainda não chegaram. Então, ainda não temos confirmação de reinfecção aqui", diz.

    Pedido é por mais conscientização

    A médica Clauceane Venzke Zell – que diariamente enxerga toda a situação da pandemia – faz um apelo para todos os moradores de Santa Cruz do Sul. "Eu quero enfatizar que as pessoas que estão sintomáticas, já passaram por atendimento médico e receberam o termo de isolamento, que cumpram esse isolamento. Atendi pessoas que estavam cientes que deveriam ficar isoladas em casa e estavam na rua. Inclusive, uma delas me disse que estava indo para o centro para dar uma volta. Então esse é meu apelo. Não é para ficar passeando. O fato dela estar com atestado e isolada não significa que ela pode passear ou fazer as coisas que estão pendentes. É para ela ficar em casa, se protegendo e protegendo as outras pessoas. Se esperamos que o número de casos tenha uma queda, as pessoas precisam ter consciência da necessidade de permanecer em isolamento quando ele é indicado pelo profissional de saúde", analisa.