Política

Nova fase da Lava Jato investiga repasses do grupo Oi para empresa de filho de Lula

Publicado em: 10 de dezembro de 2019 às 12:17 Atualizado em: 21 de fevereiro de 2024 às 20:45
  • Por
    Kethlin Nadine Meurer
  • Fonte
    G1
  • Foto: Reprodução
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    Ministério Público Federal questiona pagamentos de R$ 132 milhões feitos a firmas de Fábio Luis Lula da Silva

    A 69ª fase da Operação Lava Jato, iniciada nesta terça-feira (10), investiga repasses de mais de R$ 100 milhões do grupo Oi/Telemar para empresas de Fábio Luis Lula da Silva, um dos filhos do ex-presidente Lula. A Polícia Federal foi autorizada a cumprir 47 mandados de busca a apreensão em três estados e no DF.

    O Ministério Público Federal (MPF) diz que as empresas do filho de Lula (Gamecorp/Gol) não tinham capacidade de prestar os serviços para os quais foram contratados pela Oi/Telemar. O grupo Gamecorp/Gol desenvolve livros e aplicativos para celular, entre outros serviços ligados à tecnologia.

    Segundo o MPF, o repasse de R$ 132 milhões ocorreu entre 2004 e 2016 – período em que o grupo de telecomunicações foi beneficiado por medidas do Governo Federal, então comandado pelo PT. A PF diz que os repasses da Oi/Telemar chegam a R$ 193 milhões.

    Só a empresa Gamecopr, do filho do Lula, recebeu R$ 82 milhões, de acordo com o MPF e a Receita Federal, . Porém, conforme constatado pelos auditores fiscais, a Gamecop não tinha mão de obra para esse tipo de prestação de serviços na área de telefonia.

    "A Gamecorp não possuía mão de obra, tampouco ativos necessários para a prestação desse serviço pelos quais ela teoricamente foi contratada. Constaram que a mão de obra foi praticamente toda terceirizada e que os ativos foram fornecidos pela própria empresa contratante, ou seja, os ativos foram fornecidos pelos próprios clientes", afirmou o procurador do MPF Roberson Henrique Pozzobon.

    Pozzobon também disse, em entrevista à imprensa, que maior parte do dinheiro usado na compra dos sítios Santa Bárbara e Santa Denise, em Atibaia, pode ter vindo da Oi/Telecom. Os donos desses imóveis são sócios de Fábio. O ex-presidente Lula foi condenado em duas instâncias por aceitar da Odebrecht uma reforma nos sítios, que eram frequentados por ele e sua família.

    "Hoje, na fase de número 69, o que está em apuração são as evidências que apontam que também a aquisição das propriedades dos sítios Santa Denise e Santa Bárbara, em Atibaia, também podem ter sido adquiridos com produto e proveito de crimes", afirmou Pozzobon.