Empresa de comunicação visual teve rede invadida por russos e perdeu dados
Já imaginou trabalhar em uma empresa, chegar pela manhã, ligar o computador e descobrir que todos os dados sumiram? Que não há maneira de recuperar e que o serviço a partir dali começa do zero? A situação, aqui, é hipotética, mas ela já aconteceu com inúmeras empresas que não têm proteção contra invasores. Relatos dão conta que um estabelecimento santa-cruzense teve que voltar a trabalhar com máquina de escrever enquanto novos sistemas eram criados para os computadores. Mas há como impedir estes ataques. Na edição desta sexta-feira do Jornal Arauto você confere as dicas do técnico Jorge Staub.
Estes problemas são gravíssimos e geram custos altíssimos e incalculáveis às empresas. Os problemas, segundo Staub, são gerados por pessoas mal intencionadas, que procuram, todos os dias, invadir e acessar dados e informações de empresas através da instalação de vírus nos computadores e nas redes de computadores. O acesso acontece através de conexões de internet inseguras ou mal configuradas, seja pelo simples fato de conectar um celular no computador para baixar fotos ou recarregar a bateria. “Um sistema de bloqueio mal configurado ou configurado por pessoal ou empresa não especializada ou um antivírus não é garantia de segurança”, afirma Staub.
VERA CRUZ TEM RESPINGOS
E tem empresa de Vera Cruz que perdeu dados com a ação dos maliciosos. A Imagem. Com, que trabalha com comunicação visual, teve sua rede invadida. Tudo começou, segundo Éder Jofre, responsável pela gestão e o gerenciamento de informática da empresa, com oscilações no sinal de internet. “Estava ruim, lento. Foi então que chamamos um técnico. Ele trocou um equipamento. Mas logo voltou a cair o sinal, a interromper a rede em alguns computadores”, conta. Então, novamente técnicos vistoriaram a rede da empresa e descobriram que um computador era o infectado e que estava “consumindo” toda a internet. “Desligamos aquela máquina e o sinal de internet ficou bom novamente”, lembra. “Mas, em minutos, outro computador estava consumindo quase toda a internet”, acrescenta.
Neste período, os funcionários perceberam que alguns arquivos haviam desaparecido. Aí o pavor. “Arte de clientes aprovadas, prontas pra execução do serviço e nós perdemos. Abríamos a pasta no servidor e ela estava lá. Mas dentro das pastas, nenhum arquivo”, recorda Jofre, que diz que o IP que estava fazendo toda a bagunça no sistema era da Rússia. “Se for da Rússia, Romênia ou China, é preciso cuidar, porque é problema”, alerta.
Depois do episódio de perda de parte dos arquivos, a Imagem.Com investiu em antivírus pago e na formatação de todos os computadores. “São anos de trabalho. Imagina perder todos os nossos dados?”, questionou ele, preocupado também com o vazamento de dados e informações de clientes e dos próprios funcionários. “São 16 anos de empresa dentro do servidor”, sublinha.
Não adianta pagar resgate
Jorge Staub dá uma dica: se teve dados sequestrados, não faça o pagamento de resgate. Isso porque, segundo ele, esses maliciosos já estão com tanto dinheiro que o roubo não tem mais por objetivo o enriquecimento, mas o simples fato de ter dominação. “Por enquanto, Vera Cruz e a região sofre apenas com alguns respingos dessa atuação criminosa. Se vier [mais forte], fecha as portas de todo o mundo”, alerta.
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