1.162 novos casos de câncer são registrados por ano no Hospital Ana Nery

Uma pesquisa do oncologista Marcelo Dotto mostra que surgem 1.162 novos casos de câncer por ano no Centro de Oncologia do Hospital Ana Nery, em Santa Cruz do Sul. O estudo foi realizado em parceria com o Instituto Nacional de Câncer – INCA e do Registro Hospitalar de Câncer. Foram catalogados 3.488 pacientes entre 2012 e 2014, o que representa 1.162 novos casos por ano e 96 ao mês atendidos na instituição.Os tumores mais frequentes foram de pele, mama, próstata, pulmão e intestino.

Alguns números chamam a atenção. Por exemplo, um maior registro de diagnóstico de câncer de pele em homens do que em mulheres. No período foram atendidas 633 mulheres e 718 homens com tumores cutâneos. O câncer de bexiga foi, significativamente, mais frequente em homens do que em mulheres, com 75% e 21% dos casos respectivamente, assim como câncer de pulmão que foi diagnosticado em 229 pacientes, sendo 36% do sexo feminino e 64% do sexo masculino. Se avaliarmos somente os tumores de laringe, percebemos que 91% dos casos acometem a população masculina. Estes achados em conjunto, devem refletir uma maior exposição dos homens aos agentes externos, responsáveis pela carcinogenese destes tumores.

Outra informação que chama a atenção é que 22% dos pacientes tiveram mais de um tipo de câncer no decorrer das suas vidas, conhecidos como tumores sincrônicos ou metacrônicos. Ou seja, o indivíduo pode ter se curado de um câncer de próstata e futuramente desenvolvido um câncer de pulmão, sem relação entre os dois tumores. "Se avaliarmos pela faixa etária notamos que a metade das doenças malignas foram diagnosticadas entre os 55 e 74 anos, com um pico de incidência entre os 60 e 64 anos. Aproximadamente 17% foram diagnosticados antes da quinta década de vida", diz.

Em relação ao câncer de mama, foram diagnosticados 405 novos casos, 135 ao ano, respondendo por 28% de todos os atendimentos efetuados a mulheres. Segundo o grau de instrução, 77,6% possuem apenas o nível fundamental completo ou incompleto, 9,4% nível médio e apenas 4,1% nível superior. Além disso, 87,8% dos tratamentos foram realizados pelo Sistema Único de Saúde.