Polícia

Prefeito de Montenegro é afastado do cargo por suspeita de fraudes em licitações

Publicado em: 09 de agosto de 2017 às 14:35 Atualizado em: 19 de fevereiro de 2024 às 15:21
  • Por
    Bruna Lovato
  • Fonte
    Ministério Público do RS
  • Foto: Divulgação
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    Foi detectado sobrepreço próximo a R$ 1 milhão apenas nos contratos de transporte escolar de 2016 e 2017

    O Ministério Público cumpriu, nesta quarta-feira (9), um mandado de afastamento cautelar por 180 dias contra o atual prefeito de Montenegro, Luiz Américo Alves Aldana, suspeito de fazer parte de uma organização criminosa que atua a partir de fraudes licitatórias em contratos públicos e aditivos de contratos, especialmente para o transporte escolar, terraplanagem e drenagem, revitalização de ruas, obras de capeamento, capina e varrição. Ele não poderá frequentar nenhuma repartição pública municipal durante esse período, nem manter contato com testemunhas ou outros suspeitos.

    Também é cumprido um mandado de prisão preventiva contra um empresário para a garantia da ordem pública e econômica e por conveniência da instrução processual. Em 6 de junho, durante a deflagração da Operação Ibiaçá, ele foi notificado da proibição de contratar com o serviço público, bem como outros três empresários. No entanto, a medida não foi suficiente por causa da influência que o empresário tinha junto à gestão do prefeito. As medidas foram todas deferidas pela 4ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça, a pedido da Procuradoria de Prefeito.

    Desde junho, dois engenheiros não podem mais exercer a profissão perante a prefeitura da cidade. Nesta fase da Operação Ibiaçá (palavra de origem indígena que significa “fonte de água cristalina”, uma alusão à necessidade de transparência nas contas públicas), são cumpridos mandados de busca e apreensão na Prefeitura e em secretarias, bem como em residências, em um sítio e uma cabanha de criação de cavalos na região da Campanha.

    A fiscalização do cumprimento das contratações também é investigada. Os contratos suspeitos compreendem cifra superior a R$ 20 milhões. Apenas no que se refere aos contratos de transporte escolar dos anos letivos de 2016 e 2017, foi detectado sobrepreço próximo a R$ 1 milhão. As fraudes ocorreram a partir de editais, planilhas e projetos técnicos forjados para o direcionamento das licitações, concorrências de preços e até mesmo pregões eletrônicos. Até mesmo documentos entregues ao Tribunal de Contas do Estado (TCE) foram forjados para a manutenção das práticas, após apontamentos feitos nas contas da Prefeitura.