Mulher que causou morte por aplicação de silicone industrial é condenada a 7 anos de prisão

Foi realizado, nesta quinta-feira (8), o julgamento de Marcela de Sales, de 40 anos, acusada de ter aplicado injeções de silicone industrial no corpo de uma jovem, que acabou falecendo. O júri ocorreu no Fórum de Santa Cruz do Sul.

A Bombadeira, como era conhecida, foi condenada a sete anos de prisão, que poderão ser cumpridos em regime inicialmente semiaberto. No entanto, ela poderá recorrer em liberdade.

A vítima, a transexual Melanie Aguiar, de 20 anos, morreu em agosto de 2020, após se submeter ao procedimento realizado de forma clandestina. A apuração de todo o inquérito policial descobriu que Melanie viajou de Santa Maria, na região central do estado, onde vivia com a família, para fazer a aplicação em Santa Cruz.

Ela foi hospitalizada em 27 de agosto depois de passar mal durante o processo de aplicação. O silicone industrial é de uso proibido pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), devido aos riscos envolvendo o corpo humano.

Segundo a denúncia apresentada pelo Ministério Público (MP), Marcela, que vivia na serra, viajou até o Vale do Rio Pardo para fazer o procedimento clandestino. Melanie morreu quatro dias depois, vítima de uma síndrome séptica.

Conforma a tese defendida pelo MP, Marcela assumiu o risco de matar a vítima ao realizar esse procedimento de forma clandestina, em local impróprio, sem formação profissional e conhecimento técnico na área da medicina.

A investigação da morte da transexual levou a Polícia Civil a descobrir que na casa da ré, haviam seringas e agulhas usadas para a aplicação. Em depoimento à polícia, na época, a Bombadeira admitiu ter realizado o procedimento. A informação foi confirmada novamente durante o julgamento desta quinta-feira.

A pena para Marcela de Sales foi determinada pela juíza Márcia Inês Doebber Wrasse, que presidiu a sessão desta quinta-feira. A defesa da Bombadeira foi feita pelo defensor público Arnaldo França Quaresma Júnior.